Veneziano admite possibilidade de votar a favor do afastamento de Cunha e Dilma

O deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) desmentiu os boatos de que seria a favor do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

“Palavras foram postas na minha boca a dizer ‘Veneziano assumiu isso ou aquilo’. Primeiro eu nem falei a respeito. A questão de Eduardo Cunha é delicada e grave e a mim, me parece que pode estar chegando a uma insustentabilidade, por mais que o procedimento esteja sendo rigorosamente travado no Conselho de Ética. Amanhã deve haver a leitura por parte do novo relator, em razão de ter sido o antigo relator que o seu trabalho ter sido praticamente levado a nulidade, e isso também termina por refletir a imagem do próprio presidente Eduardo Cunha, mas as atitudes dele só ele mesmo pode assumi-las, isso tem gerado dentro do próprio parlamento alguns aliados que foram dele, esse tipo de animosidade”, ressaltou o deputado.

O parlamentar afirmou que é necessário conhecer ambos os lados da história. “É fundamental que nós conheçamos a tese da denúncia, os fundamentos, que não apenas resumem as pedaladas, mas que venhamos a garantir que a presidente apresente todas as razões e fundamentos de sua defesa. Qualquer julgamento, e nós , 513 deputados e 81 senadores, nos tornamos julgadores, devemos senão ter o cuidado de fazer essa apreciação e chegar a sua convicção pessoal sem que antes conheça o que é acusação e o que é defesa. Da mesma forma o presidente Eduardo Cunha”, afirma.

Veneziano pontuou ainda que, apesar da atual situação de Cunha, não se pode afirmar qualquer parecer. “Nós temos acusações delicadas, são denúncias baseadas em indícios fortes que terminam por nos dar hoje uma impressão da delicada situação que ele está a conviver, mas isso não significa dizer que ele já possa ser definitivamente condenado. Se o processo chegar ao plenário, todos os parlamentares deverão ter o cuidado de fazer o melhor juízo. Eu também não terei dificuldade alguma. Alguns podem dizer, ‘Veneziano, você integra um partido que faz parte da base de sustentação do governo’, mas não por esta razão deixei de votar contrariamente aos interesses do governo. Vocês devem ter observado mais recentemente, alguns dos vetos que foram apreciados pelo Congresso, receberam de mim a reprovação, ou seja, eu votei contra os interesses do governo propondo a derrubada de alguns desses vetos, mesmo com orientação contrária do nosso líder. Se eu chegar ao convencimento de que o presidente Eduardo Cunha ou Dilma tenham a necessidade de se afastar, eu me posicionarei”, declara.