As conversas entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, podem anular a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex. A avaliação é do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
+ Procuradores da Lava Jato tramaram para impedir entrevista de Lula por medo de ‘eleger o Haddad’
+ RC diz que STF precisa salvar o Judiciário e processar ‘Orcrim’ que manipulou Justiça
+ Troca de mensagens pode anular decisões de Moro, admitem ministros do STF
+ Operação Lava Jato: dois pesos e duas medidas
+ Santiago prega cautela após vazamento de conversas entre Moro e Dallagnol
+ Ordem dos Advogados do Brasil recomenda o afastamento de Moro e Dallagnol
+ Prova obtida de forma ilegal pode ser usada sim, revela ministro do STF
+ Vídeo: ícone da direita, jornalista paraibana vê “intimidade promíscua” entre Moro e Dallagnol
+ Luiz Fux disse para Deltan Dallagnol, da Lava Jato, “contar com ele”
Em entrevista à revista Época (clique aqui e leia), Gilmar Mendes disse acreditar que o conteúdo das mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol mostra que elas tiveram impacto no andamento da Lava Jato.
“Eu acho, por exemplo, que, na condenação do Lula, eles anularam a condenação”, disse o ministro do STF referindo-se aos trechos das conversas entre Moro e Dallagnol, segundo a revista
Gilmar vê crime
Em trecho das conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil, o procurador disse que iria usar uma “notícia apócrifa” para fazer uma intimação na Lava Jato. Moro, então, responde: “melhor formalizar então”. Para Gilmar Mendes (foto), isso é um crime. “Simular uma denúncia não é só uma falta ética, isso é crime.”
Na avaliação do ministro do STF, as conversas apontam que Moro seria o líder da força-tarefa. “O chefe da Lava Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava Jato era o Moro”.
O que dizem Moro e Dallagnol
O Ministério da Justiça disse que as conversas são “supostas mensagens, que foram obtidas de forma criminosa”. A pasta comandada por Moro ressaltou que a Polícia Federal abriu investigação para apurar o caso.
Quando as primeiras mensagens foram divulgadas, o ministro e o procurador disseram que não havia “anormalidade” nas conversas. Já a Lava Jato mantém o posicionamento de que elas não mostram “ilegalidade”. As informações são do Uol.