Vacina contra Covid-19 é 90% eficaz, anunciam Pfizer e BioNTech

Empresas não encontraram nenhuma preocupação séria com a segurança e esperam buscar autorização para uso de emergência nos EUA ainda neste mês

MAPLEWOOD (EUA) – A farmacêutica americana Pfizer disse nesta segunda-feira que sua vacina experimental foi mais de 90% eficaz na prevenção da Covid-19 com base em dados iniciais de um grande estudo. A Pfizer e o laboratório de biotecnologia parceiro, BioNTech, são os primeiros fabricantes de medicamentos a apresentar dados bem sucedidos de um ensaio clínico em grande escala de uma vacina contra o coronavírus. As empresas disseram que até agora não encontraram nenhuma preocupação séria com a segurança e esperam buscar autorização para uso de emergência nos EUA ainda neste mês.

Se autorizada, o número de doses da vacina da vacina será inicialmente limitado. Muitas questões permanecem, incluindo por quanto tempo a vacina fornecerá proteção. No entanto, a notícia dá esperança de que outras vacinas em desenvolvimento contra o novo coronavírus também possam ser eficazes.

A vacina é testada no Brasil, junto com as candidatas da AstraZeneca/Universidade de Oxford (Unido Reino), Johnson & Johnson (EUA) e Sinovac Biotech (China).

“Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade”, disse Albert Bourla, presidente e executivo-chefe da Pfizer, em comunicado. “Estamos alcançando este marco crítico em nosso programa de desenvolvimento de vacinas em um momento em que o mundo mais precisa, com taxas de infecção atingindo novos recordes, hospitais quase excedendo a capacidade e economias para a luta para a ressarcição”.

A Pfizer espera buscar ampla autorização de uso emergencial dos Estados Unidos para pessoas de 16 a 85 anos. Para isso, será necessário coletar dados de segurança de dois meses sobre cerca de metade dos cerca de 44 mil participantes do estudo, esperados para a final de novembro.

“Estou quase em êxtase”, disse Bill Gruber, um dos principais cientistas de vacinas da Pfizer, em uma entrevista. “Este é um grande dia para a saúde pública e para o potencial de nós tirar todas as circunstâncias em que estamos agora.”

A Pfizer disse que a análise provisória foi conduzida depois que 94 participantes do estudo desenvolveram o COVID-19, examinando eles receberam a vacina em comparação com o placebo.

A empresa não é de exatamente quantos dos que adoeceram receberam uma vacina. Ainda assim, mais de 90% de eficácia implica que não mais do que 8 das 94 pessoas que pegaram COVID-19 receberam a vacina, que foi administrada em duas injeções com intervalo de três semanas. A taxa de eficácia está bem acima da eficácia de 50% exigido pela Food and Drug Administration dos EUA para uma vacina contra o coronavírus.

Para confirmar sua taxa de eficácia, a Pfizer disse que continua o estudo até que haja 164 casos de COVID-19 entre os participantes. Dado o recente aumento nas taxas de infecção dos EUA, esse número pode ser alcançado no início de dezembro, disse Gruber.

Os dados ainda não foram revisados por pares ou publicados em um jornal médico. A Pfizer disse que faria isso assim que tinha os resultados de todo o estudo.

Do O Globo