Usina Cultural Energisa abre nesta quinta-feira em JP a exposição ‘Coletiva 13’A Usina Cultural Energisa abre, nesta quinta-feira (5), a exposição ‘Coletiva 13’, que traz trabalhos das artistas visuais Alessandra Soares, Luciana Urtiga e o Ariel Coletivo Literário, com fotos de Marília Cacho, todas selecionadas pelo edital de ocupação da galera 2017 – 2018. O vernissage começa às 20h, na Galeria de Arte da Usina Cultural Energisa, em João Pessoa.

A mostra ‘Coletiva 13’, expõe 36 fotografias produzidas entre 2015 e 2017. A coletiva tem curadoria do artista visual Dyógenes Chaves. A visitação é aberta ao público e fica em cartaz de 5 de abril a 5 de maio, de terça a domingo, das 14h às 20h.

O Edital de Ocupação da Galeria 2017/2018 é realizado e patrocinado pela Energisa Paraíba, por meio da Lei Rouanet (Ministério da Cultura). A ‘Coletiva 11’ traz três exposições em uma. São elas: ‘Corpo-poema’, de Ariel Coletivo Literário; ‘Mob Grafias’, de Luciana Urtiga; e ‘Carne de Vênus’, de Alessandra Soares.

O Edital 2017-2018 selecionou 19 artistas, todos paraibanos. São eles: Everton David, Flauberto, Leandro Pereira da Costa, Mirabeau Menezes, Addisseny, Alessandra Soares, Antonio Filho, Ariel Coletivo Literário, Erik Kleiver, Artur Maia, Geóstenys Melo, João Vianey, Karla Noronha, Luciana Urtiga, Meiacor (Américo Gomes de Almeida Filho), Paulo Rossi, Ton Limongi, Versales (Luiz Ricardo Sales) e Vinagre. Além deles, Flavio Tavares e Roberto Coura foram os artistas convidados a compor esse seleto time, em reconhecimento a obra de ambos. Os selecionados ocuparão a programação de arte visual da Usina com exposições, distribuídas durante o período oferecido pelo edital.

A programação de arte visual da Usina tem intuito de incentivar e expandir a cultura e a arte local aos Paraibanos.

Serviço

Exposição ‘Coletiva 13’, de Alessandra Soares, Luciana Urtiga e o Ariel Coletivo Literário

Data: Abertura nesta quinta-feira, 05 de abril, às 20h (vernissage)

Exposição aberta ao público de 05 de abril a 05 de maio, de terça a domingo, das 14h às 20h

Local: Usina Cultural Energisa – Rua João Bernardo de Albuquerque, 243 – Tambiá – João Pessoa-PB

Entrada: Gratuita

Informações: www.uceocupacaoartesvisuais.com.br

Usina Cultural Energisa abre nesta quinta-feira em JP a exposição ‘Coletiva 13’

Sobre as exposições

Corpo-poema, do Ariel Coletivo Literário em parceria com a fotógrafa Marília Cacho

O projeto Corpo-Poema apresenta um diálogo entre duas linguagens artísticas: literatura e fotografia. Agregamos a fotógrafa Marília Cacho ao trabalho que o Ariel Coletivo Literário desenvolveu durante o ano de 2015 com o Sarau Dama da Noite, de vertente feminista, que nasce de questionamentos sobre a mulher, o feminino e os feminismos.

A exposição é composta por fotos de mulheres com versos e trechos narrativos de autoria feminina escritos em seus corpos nus. A ideia é de desmistificar e naturalizar a perspectiva sobre o corpo da mulher, através de uma desconstrução do corpo feminino como objeto sexual, e de gerar uma abertura para a representação do corpo como espaço de reivindicação da liberdade e autonomia femininas. Dessa forma, as diferentes facetas da mulher e da luta feminina são enfocadas como forma de tocar o público para evocar a reflexão sobre as atitudes cotidianas que ora reafirmam ora combatem o machismo. O foco principal é colocar a mulher em evidência a partir dos diferentes papéis, que, algumas vezes sem escolha e outras por escolher lutar por seu espaço, ela desempenha em nossa sociedade: a oprimida, a violentada, a espancada, a humilhada, a mãe sofrida, a puta, a lésbica, a mutilada, a desdobrável, a batalhadora, a revolucionária, a mulher plena.

Currículo do coletivo e da artista Marília Cacho

Criado em 2013, na cidade de Campina Grande, o Ariel Coletivo Literário é formado por amantes da Literatura que se organizaram a partir do Facebook, inicialmente para compartilhamento de material literário, depois agregando encontros presenciais com muita poesia e descontração. Não cabendo mais apenas dentro de paredes e páginas virtuais, o grupo passou a promover saraus que, para além da palavra, agregam também música e artes visuais. Tão plural como também é a arte, o Ariel conta com um repertório bem diversificado, desenvolvendo projetos desde os mais clássicos, aos mais inquietantes e irreverentes. Farejadores da arte viva, o coletivo se apresenta em diferentes espaços, como museus, bares, ruas; espaços urbanos e culturais em geral, com o intuito de estimular uma literatura que se faça presente em nosso dia-a-dia. Desde 2015, o Ariel, hoje formado só por mulheres, desenvolve, em parceria com a fotógrafa Marília Cacho, o Projeto Corpo-Poema que já conta com mais de cinco exposições nos estados da Paraíba e do Ceará.

Com a fotografia no sangue, Marília Cacho seguiu os caminhos do fotógrafo-avó, José Cacho, e do fotógrafo-pai, William Cacho. Esteve sempre na frente das lentes e logo teve uma câmera em mãos. Registrou tudo que pôde de forma amadora até decidir respirar fotografia em 2006. Participou de oficinas de fotografia entre 2006 e 2007. Em 2008, realizou a exposição O seu olhar sobre o meu, na Universidade Federal de Campina Grande. Em 2012 e 2013, realizou palestras para alunos do Curso de Arte e Mídia, da Universidade Federal de Campina Grande, sobre sua carreira e sobre o mercado fotográfico da cidade. Em 2013, acompanhou a banda Warcursed e foi capa da revista Barracuda, na qual também consta uma matéria, com fotografia da artista, do cantor e músico Igor de Cavalcanti. Em 2014, participou do Concurso Universo Feminino Singular e Plural, promovido pelo Clube de Arte Fotográfica Camaçari, e teve a foto Fluidez aceita para exposição itinerante na Câmara de Vereadores e no Foyer do Teatro Cidade do Saber de Camaçari (BA). Em 2015, expôs na 4ª Mostra Científica de Produção Acadêmica de Letras (MOCIPAL), na Universidade Estadual da Paraíba, um conjunto de quatro imagens que tinha como tema a subjetividade e, como foco, a mulher e seu eu interior. Também em 2015, fotografou e expôs, em parceria com o Ariel Coletivo Literário, a exposição Corpo-Poema, que teve como objetivo desmistificar o nu feminino e empoderar as mulheres através de fotos de mulheres nuas com trechos de textos literários escritos em seus corpos. A exposição aconteceu em Campina Grande, no Museu de Arte Assis Chateaubriand, e em Sousa, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em 2016 (em pequenos formatos) e em 2017 (com parte da exposição em formato original). Em 2017, parte da exposição Corpo-Poema contribuiu para o curta metragem de produção independente Não Mais, sobre violência contra a mulher e dirigido por Rafaella Gaião. Em 2018, o Corpo-Poema encontra-se no CCBNB Cariri, em Juazeiro do Norte, Ceará. Desenvolveu trabalhos no campo da moda em parceria com a designer Kati Tomati, fotografou três coleções: em 2015, a Coleção Massai e a Coleção Turkana, ambas dentro do universo feminino e da cultura negra; e, em 2017, a Coleção Metrópole, evidenciando os variados estilos de se vestir e a fuga dos rótulos sociais. O último trabalho exposto da fotógrafa compôs a exposição rizoma mostra nômade multimídia & internacional de arte contemporânea, que aconteceu de 3 a 20 de agosto de 2017, na Secretaria de Cultura de Pelotas e pretendeu dar visibilidade à produção de mulheres artistas contemporâneas. A mostra segue uma proposta nômade impressa e digital. Em andamento, está um projeto que envolve um dos maiores empoderamentos da maternagem numa cultura engessada, machista e com forte apelo da indústria alimentícia: a amamentação.

Carne de Vênus, por Alessandra Soares

O trabalho fotográfico, realizado no ano de 2016, faz parte de um projeto independente em que me propus retratar algumas mulheres que conheci durante esse ano. Tenho como interesse o tema “mulher, corpo e formas de representação”. O projeto surgiu a partir da curiosidade de saber como outras mulheres gostariam de ser fotografadas, e em que espaço se sentiriam cômodas. As convidei para um ensaio fotográfico no qual elas escolheram o local, quando e como queriam ser fotografadas. Assumi o imprevisto e aceitei o que elas deixaram revelar. No caso específico do ensaio Carne de Vênus, o lugar, escolhido por ela, foi um antigo casarão. A mulher fotografada decidiu fazer um ensaio a partir da sua própria necessidade de problematização do corpo feminino, mais particularmente o nu feminino. Seguem-se alguns dos meus relatos escritos a partir desta ocasião: “em certo momento, olhando (protegida) através da câmera, enquadro ela nua com a carne relaxada de quem se sente confortável como se tivesse só. Segundos depois do clik um menino desconhecido me informa que pediria para os convidados da festa se retirarem, assim ela ficará mais cômoda. Os gestos dela não demonstrava tal demanda. Foi quando percebi que estava a percorrer universos na tentativa de me encontrar em outras mulheres.”

Currículo da artista

Alessandra Soares de Moura é graduada e mestre em Arquitetura e Urbanismo (2011). Seus trabalhos artísticos (pinturas e fotografias) abordam temas relativos à mulher e à cidade, cujo foco é explorar imageticamente as práticas cotidianas e o corpo como forma de expressão. É integrante do Dialógica, grupo fundado em 2012 que tem por objetivo problematizar o urbano a partir de produções artísticas e científicas. Participou da segunda mostra coletiva Fotografia Paraibana, organizada pelo Setembro Fotográfico (2012), foi selecionada para compor a exposição do projeto Novíssimos (2013), realizou a exposição individual Desmedidas organizada pelo Sesc PB (2014), participou de uma exposição fotográfica coletiva com o ensaio Quando o Sul é o Norte no Festival de Artes de Areia (2014) e integrou o projeto Confluências do Sesc em 2015.

M O B_G R A F I A S, de Luciana Urtiga

Essa série defende que as imagens produzidas por artistas na plataforma móvel são, igualmente, obras de arte. O caráter popular da sua concepção não menospreza sua qualidade, pelo contrário: insere a fotografia no contexto da arte contemporânea como nunca antes havia sido possível, graças a seu caráter ubíquo, democrático e tecnológico. A mobgrafia – traduzida do inglês Mobigraphy (abreviação para Mobile Photography) –, é definida como a fotografia realizada, editada e compartilhada através do telefone celular e vem sendo utilizada de forma recorrente, sustentando uma estética fotográfica que abraça os parâmetros de praticidade do dia-a-dia. Apesar do seu processo se iniciar (o artista a cria e a compartilha nas redes) e se finalizar (o público a vê e, possivelmente interage) no próprio smartphone, seu produto – inicialmente virtual – pode se tornar matéria e ocupar galerias e museus. Essa é a proposta dessa mostra: substituir a efemeridade da imagem virtual pela permanência da imagem tátil. A artista visual Luciana Urtiga fotografa desde 2006 e há três anos conheceu a mobgrafia. Desde então desenvolve, majoritariamente, trabalhos no suporte móvel. Além de publicar as mobgrafias na esfera digital (redes sociais de compartilhamento de fotos: Flickr e Instagram), apresentou-as em três exposições (uma individual e duas coletivas), além de ser umas das vencedoras na categoria “artes visuais” do Prêmio mObgraphia 2015, realizado no Museu da Imagem e do Som de São Paulo.

Currículo da artista

Luciana Urtiga é Bacharel em Arte e Mídia pela UFCG (2010). Expôs individualmente no Salão da Fotografia Consigo em São Paulo, Museu de Arte Assis Chateaubriand em Campina Grande e duas vezes no Centro Cultural Banco do Nordeste em Sousa. Coletivamente, expôs em Campina Grande, Sousa, João Pessoa, Areia e São Paulo (Sony Photography Awards). Ganhou em 2015 o prêmio mObgraphia na categoria Artes Visuais (São Paulo) e em 2014 o prêmio incentivo do Salão de Artes Visuais do Sesc (Paraíba). Tem trabalhos publicados no livro Contemporary Portraits (IndexBook, Espanha, 2014) e um a ser publicado no livro didático Arte (título provisório) (Editora Moderna, Brasil, 2020).

A Usina

A Usina Cultural Energisa, desde sua criação em 2003, tem sido palco de grandes eventos, como o Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa (Cineport), Prêmio Energisa de Artes Visuais, entre outros. E a Usina não para. Uma programação mensal com projetos permanentes como Usina da Música, Domingo na Usina, Violadas, e espaços como a Galeria de Arte, Galeria Alexandre Filho, Livraria da Usina, Espaço Energia e Café da Usina, atraem diariamente um público interessado em apreciar shows, concertos, exposições, lançamentos de livros, cinema, teatro.

Desde 2016 retomamos a ocupação da galeria de arte da Usina com uma série de exposições, coletivas e individuais, com destaque para a produção local e propondo o reconhecimento desses artistas, notadamente daqueles talentos surgidos no Arte na Empresa, programa de exposições realizado ininterruptamente pela Energisa, na Paraíba, desde 2008, nas cidades de Patos, Campina Grande e João Pessoa.

As exposições desta temporada “local” se estenderão até meados de 2018, sendo a galeria ocupada periodicamente por coletivas e individuais, de artistas convidados ou selecionados pelo Edital de Ocupação Artes Visuais 2017-2018, da Usina Cultural Energisa, numa realização do Ministério da Cultura (Lei Rouanet) com o patrocínio da Energisa Paraíba. Com essa iniciativa, o público tem oportunidade de melhor conhecer a produção dos artistas da nossa terra.

É a Usina Cultural Energisa, que cumpre o seu papel na geração de cultura e arte, fazendo dessa honrosa missão um marco de aproximação entre artistas e público.