A vendedora Vivianny Crisley foi golpeada sucessivamente com chave de fenda na cabeça e seu corpo foi queimado com a ajuda de gasolina e um pneu, informou o delegado Marcos Paulo Vilela na manhã desta sexta-feira (25). Segundo ele, o primeiro homem preso suspeito de envolvimento no crime, Allex Aurélio Tomás dos Santos, mentiu sobre sua versão e induziu a polícia ao erro, mas confirmou que a jovem foi morta porque gritava para ir para casa. Além dele, outros dois suspeitos também presos teriam participado do crime.
Vivianny Crisley estava desaparecida desde a madrugada do dia 20 de outubro, após ser vista saindo de um bar na Zona Sul de João Pessoa. A confirmação de que um corpo achado no dia 7 de novembro carbonizado, em uma mata em Bayeux, na Grande João Pessoa, era de Vivianny foi feita no dia 14.
Uma dupla presa na segunda-feira (21) no Rio de Janeiro, Jobson Barbosa da Silva Júnior, conhecido como Juninho, e Fágner das Chagas Silva, apelidado de Bebé, contou versões semelhantes do caso, mas contraditórias com a que foi dada por Allex no início das investigações.
Segundo eles, o trio conheceu Vivianny na noite do crime, no bar em que eles estavam e de onde saíram de carro para procurar outro lugar onde encerrar a noite. Como não acharam outro bar aberto, foram para a casa de Juninho, em Bayeux, próximo ao local onde o corpo de Vivianny foi encontrado.
Segundo os próprios suspeitos, Juninho e Alex entraram na residência, enquanto Vivianny e Bebé ficaram dentro do carro. Juninho e Alex voltaram com as chaves de fenda e atacaram Vivianny, tiraram gasolina de uma moto, colocaram um pneu de bicicleta em cima do corpo e atearam fogo.
De acordo com os depoimentos dos três, a motivação do crime foi mesmo o fato dela ter gritado dentro do carro e ficar ‘perturbando’ o trio para ir para casa. Nenhum dos suspeitos revelou se havia intenção de estuprar Vivianny, segundo a polícia.
Situação do corpo dificulta perícia
A confirmação de que o corpo achado era mesmo de Vivianny foi possível após um exame de DNA realizado pelo IPC, que comparou o material genético de pedaços de pele retirados do corpo com o de familiares da jovem. O corpo foi encontrado no mesmo dia da prisão do primeiro suspeito.
Segundo o médico legista Flávio Fabres informou nesta sexta-feira, o corpo não foi esquartejado e o fogo só destruiu a parte torácica da jovem, mas o estado de decomposição dificultou o trabalho da perícia. Por isso, o laudo não foi concluído ainda, nem a causa da morte definida.
Mesmo com a confirmação de que Vivianny foi golpeada diversas vezes na cabeça e também no rosto, os golpes não chegaram a provocar traumatismo craniano.
Outra repercussão do estado do corpo é que não foi possível determinar se houve estupro. O delegado Marcos Paulo explica que seria necessário encontrar material genético do suspeito e de Vivianny na roupa. “Seria irresponsável dizermos que houve um estupro. Não temos como afirmar se houve ou não. A polícia trabalha com o que é concreto, não com ilações”, explica. Na avaliação dele, “entre estar com a finalidade de estuprar, de levar ela pra um lugar afastado, mas provar isso [que houve o estupro] tem uma distância muito grande”.
O inquérito só deve ser concluído na segunda-feira (28), mas os três presos devem ser indiciados por sequestro, homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver e podem pegar até 36 anos de pena. Suas prisões, que são temporárias, devem ser transformadas em preventivas. O trio segue preso na Central de Polícia em João Pessoa.
Informações do G1.