Em uma ação conjunta, a Polícia Civil e a Polícia Militar deflagraram nesta terça-feira (07) a segunda fase da Operação Cerco Total em Alhandra, no Litoral Sul da Paraíba. O objetivo principal da operação é combater o tráfico de drogas e armas, além de reprimir práticas de tortura realizadas por uma facção criminosa que atua na região, desmantelando o chamado “tribunal do crime” utilizado para punir supostas infrações.
Três pessoas foram presas durante a operação, mas um dos alvos conseguiu escapar após romper sua tornozeleira eletrônica. As autoridades continuam empenhadas na busca pelo foragido.
De acordo com o delegado Eder Hass, a operação dá continuidade à primeira fase, realizada no ano passado, que desarticulou um grupo criminoso responsável pelo assassinato de um líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região.
As investigações da segunda fase revelaram que a facção utilizava a tortura como forma de punição em seu “tribunal do crime”. Em um dos casos, a vítima, suspeita de colaborar com facções rivais, foi submetida a quatro horas de tortura por cinco integrantes da facção após se mudar para Mata Redonda. Durante o ato, um preso, mesmo estando atrás das grades, participou da sessão de tortura por meio de uma chamada de vídeo e ajudou a decidir o destino da vítima. Apesar da brutalidade, os agressores deixaram o local e a vítima conseguiu escapar e denunciar o caso à polícia.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a polícia encontrou cerca de R$ 70 mil em espécie em uma das residências investigadas. O detento que participou da chamada de vídeo teve seu celular apreendido e foi transferido para um presídio de segurança máxima, onde se encontra isolado e sem acesso a qualquer meio de comunicação.
A Justiça expediu cinco mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva. A Operação Cerco Total continua em andamento com o objetivo de capturar o suspeito foragido.