Traição política e crime pago com dinheiro do tio: o depoimento do assassino de Expedito

Sobrinho de Expedito Pereira é preso suspeito de envolvimento na morte do tio
Ricardo (D) disputou um mandato de vereador em Bayeux com o apoio do tio, Expedito Pereira - Foto: Arquivo

Um dos suspeitos pelo assassinato do ex-prefeito de Bayeux Expedito Pereira, durante depoimento, revelou mais detalhes sobre a motivação do crime. Conforme apurado pela reportagem do Paraíba Já, o sobrinho da vítima, Ricardo Pereira, teria encomendado o crime porque o líder político apoiou, nos bastidores, outro candidato a vereador, que conseguiu ser eleito nas eleições deste ano. Ricardo teve 524 votos e é o primeiro suplente do PV em Bayeux.

No depoimento, foi relatado que o cheque, com assinatura de Expedito Pereira, no valor de R$ 12 mil, encontrado durante busca e apreensão realizada pela Polícia Civil na casa de um dos envolvidos, teria sido repassado pela vítima a Ricardo durante a campanha eleitoral, para ajudá-lo na disputa para uma vaga de vereador na cidade.

Acontece que o apoio de Expedito teria se limitado apenas ao cheque de R$ 12 mil e aparições nas redes sociais, mas ele teria, nos bastidores, apoiado outro candidato, que foi eleito. Até o momento, não foi revelado o nome deste candidato.

Ao perceber a articulação política do tio, Ricardo Pereira teria encomendado a morte de Expedito e o pagamento foi feito com o mesmo cheque dado pela vítima.

No dia do crime, em depoimento à imprensa, uma das filhas do ex-prefeito assassinado já declarava que o crime poderia ter motivação política. “Você pode não gostar dele e das opiniões políticas dele, mas não pode concordar com o que aconteceu aqui. Se você concordar, é tão cumplice quanto. Então, acho que é o dever de todos nós, meu especialmente como filha, lutar contra isso e para achar quem fez isso, porque isso é um absurdo. Isso não pode acontecer, assassinar uma pessoa à luz do dia”, afirmou.

Apesar do prefeito assassinado ter filhos adultos, de acordo com Emília Ferraz, uma das delegadas à frente do caso, Ricardo era responsável pelas movimentações financeiras do tio. Pagamentos de contas como de água, luz, condomínio, eram feitas pelo sobrinho. Toda a negociação de uma granja em Conde e uma casa em Bayeux foi feita por Ricardo.

“A motivação foi da ganância, cobiça. Na vontade de ter o que é dos outros. Ricardo foi encarregado de administrar todas as finanças de Expedito. Ele não tinha apenas todos os cartões, tinha senhas, alterava como senhas eletrônicas. Qualquer negociação ou transação passava por Ricardo, diante da confiança que o tio tinha com o sobrinho”, afirmou.