
O Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba (TJPB) aprovou, nesta quarta-feira (3), um voto de solidariedade ao desembargador Oswaldo Trigueiro Filho, após ele ser alvo de ataques apócrifos nas redes sociais. Os ataques partiram da assessora da Prefeitura de Campina Grande, Simone Duarte de Oliveira, e ocorreram após o desembargador suspender, na manhã do mesmo dia, um mandado de busca e apreensão contra Lauremília Lucena, primeira-dama de João Pessoa. A suspensão foi decretada no âmbito da operação Território Livre.
Na decisão liminar, o desembargador Trigueiro, relator da reclamação da defesa de Lauremília, justificou que a juíza zonal havia usurpado competência ao autorizar a medida contra uma autoridade com foro privilegiado, o que motivou a suspensão do mandado.
Poucas horas após essa decisão, um e-mail apócrifo foi enviado com ataques à honra do desembargador, numa tentativa de desqualificar sua decisão. Em resposta, durante a sessão do TJPB, o desembargador Márcio Murilo propôs um voto de solidariedade a Oswaldo Trigueiro, qualificando os ataques como “absurdos” e desprovidos de qualquer fundamento.
O desembargador José Ricardo Porto também condenou os ataques, descrevendo-os como “covardes” e praticados por “pessoas que não têm coragem de assumir suas ações”. Porto elogiou a iniciativa de Murilo e reforçou a importância do voto de solidariedade: “Muito justo esse voto de solidariedade e apreço”.
A proposta foi aprovada por unanimidade pelos demais membros da corte, incluindo a presidente do TJPB, consolidando o apoio coletivo ao desembargador Oswaldo Trigueiro Filho em meio aos ataques sofridos.
Entenda o caso
A assessora da Prefeitura de Campina Grande, Simone Duarte de Oliveira, promoveu nesta segunda-feira (30) ataques contra o governador João Azevêdo (PSB) e o desembargador Oswaldo Trigueiro, ao expor que a filha do gestor estadual teria cargo no gabinete do magistrado, com intuito de gerar ilação sobre a relação trabalhista ter interferido em decisões recentes que envolvem a política paraibana.
Ela compartilhou uma imagem de Priscila Lins ao lado do pai, o governador João Azevedo num momento em família, e uma montagem com a foto do desembargador, estampada com os dizeres: “Desembargador que anulou busca na casa de Cícero tem filha de João Azevêdo empregada no gabinete”.
Após o encaminhamento do conteúdo, ela comentou: “minha gente, pelo amor de Deus”.
A ilação sequer tem qualquer tipo de lastro, pois Priscila é concursada, ou seja, servidora efetiva do Tribunal de Justiça da Paraíba.
Priscila Lins é lotada no TJPB desde 2012, como compravam os dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), portanto, há mais de 10 anos que ela atua no Poder Judiciário paraibano.


