“Tirei, engatilhei e fui para cima”: Janot explica porquê não atirou em Gilmar

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que chegou a ir armado a uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de matar o ministro Gilmar Mendes. A declaração foi dada em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, publicada na versão eletrônica na quinta-feira.

O ex-PGR disse que o caso ocorreu em maio de 2017, quando ele –na época, chefe do Ministério Público Federal– solicitou que o ministro do STF fosse impedido de analisar um habeas corpus de Eike Batista, sob a justificativa de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, era sócia de um escritório de advocacia que representava o empresário em diversos processos.

Revelação no áudio

Em um áudio revelado nesta sexta-feira (27), Janot explicou como aconteceu sua ação no dia que foi armado ao STF. De acordo com o ex-PGR, ele “travou” na hora de puxar o gatilho.

“O Elias costuma chegar atrasado, ele tem uma atividade, não vou dizer político-partidária, mas tem uma atividade muito intensa, que não é judiciária, quem tava na sala? Ele [Gilmar]. Eu falei: ‘tá aí. A energia do destino me levou até aqui’. Tirei, engatilhei, fui para cima dele. Eu sou destro, quando procuro o gatilho meu dedo ficou paralisado. Mudei de mão, fui para a esquerda. Meu dedo paralisou de novo. Eu disse: “isso é um sinal”. Chamei meu secretário-executivo, disse a ele: ‘manda o Andradinha vim, porque naõ estou passando bem, não vou fazer a sessão hoje do Supremo’. Mas foi por isso aí”, contou Janot.

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