Tibério nega traição de João, aponta Ricardo como elo do rompimento e diz que vitória foi coletiva

O vereador de João Pessoa Tibério Limeira, após anunciar que irá deixar o PSB junto com o governador João Azevêdo, participou de evento ao lado do gestor na tarde desta terça-feira (3). Ele considerou a saída de João “inevitável” após os “ataques que vinha sofrendo” e que, na avaliação do parlamentar, constrangeram João e minaram o governo .

“Era meio que inevitável. O cenário estava cada vez mais insustentável e chegou ao ponto do insuportável diante dos ataques que ele vinha sofrendo. A maior parte [dos ataques] de membros do partido, e não são figuras de pouca relevância. São figuras com mandato na Assembleia, com mandato federal e que já passaram pelo Executivo estadual. Então, o governador vinha sendo constrangido e o governo vinha tendo problemas porque recebe os efeitos políticos deste constrangimento”, afirmou.

Tibério fez uma retrospectiva desde janeiro, quando João tomou posse, para ilustrar que o governador sempre manteve uma postura de não fazer ataques ao PSB ou integrantes da esquerda.

“O grande x da questão é quem rompeu com quem. E se você olhar, de janeiro até hoje, até o final de novembro e começo de dezembro, qual foi o ato de constrangimento que o governador fez em relação ao PSB? Qual foi o ato de constrangimento que ele fez em relação ao campo da esquerda? Nenhum. Absolutamente nenhum”, garantiu.

O vereador lembrou da intervenção que foi feita no partido em âmbito estadual, retirando o então presidente Edvaldo Rosas e colocando uma comissão provisória. Para ele, houve um golpe na “calada da noite” no diretório do partido.

“O maior constrangimento que passamos foi a intervenção, que foi bolada na calada da noite com assinatura de carta de renúncia. Não foi reunião, foi assinatura na calada da noite e depois um golpe do diretório nacional. Essa é realidade do PSB. Não é uma avaliação, é um fato”, sustentou.

Tibério rechaçou ainda a nota do PSB Estadual, atualmente presidido pelo governador Ricardo Coutinho, no qual João é acusado de traição e de ser um nome político sem força e expressão.

“Não se sustenta essa narrativa de que hoje um camarada é o melhor e foi escolhido para representar o projeto; no outro dia, ele virou um secretariozinho qualquer que nem vereador seria e qualquer um poderia ser eleito no lugar dele. Enfim, esse tipo de incoerência a Paraíba não pode aceitar”, observou.

Sobre uma suposta falta de legitimidade do governador, alegada na nota do PSB-PB, Tibério lembrou que João ganhou uma eleição estadual na Paraíba no primeiro turno após várias eleições com disputa do segundo turno. Para ele, a vitória com a margem grande de diferença foi fruto de uma “construção coletiva”.

“A legitimidade quem deu foi o povo da Paraíba quando o elegeu no primeiro turno em uma eleição que há muito tempo não era concluída sem a disputa de um segundo turno. Uma diferença de mais de cem mil votos só em João Pessoa, na Capital do Estado. Óbvio que isso é resultado de toda a construção feita, mas uma construção coletiva. Muita gente deu a contribuição em cada passo dessa caminhada para que a gente chegasse até aqui”, concluiu.