Testes clínicos aprovam terapia de ondas de choque contra celulite

O uso de ondas de choque para tratar celulite demonstrou alguma eficácia durante os dez anos em que o tratamento foi aplicado ao redor do mundo, indica uma pesquisa que revisou 11 testes clínicos realizados para avaliar a técnica.

Conhecida pela sigla em inglês ESWT (extracorporeal shock wave therapy), a terapia avaliada consiste na aplicação de pulsos de ondas sonoras de grande amplitude com o objetivo de romper o depósito subcutâneo de fibras e gordura que caracteriza a celulite.

A revisão dos estudos, realizada por pesquisadores da Universidade de Schlewig Holstein, na Alemanha, aponta que apenas 5 dos 11 testes realizados da técnica estavam dentro de padrão exigente que torna suas conclusões mais robustas. Para tal, é preciso comparar o efeito do teste em pacientes que passaram pelo tratamento com outras não submetidas a ele. Os cinco estudos que sobreviveram ao crivo mostraram eficácia.

“Temos um corpo de evidências substancial de que a ESWT é capaz de melhorar a celulite em mulheres afetadas”, escreveram Karsten Knobloch e Robert Kraemer, autores do estudo, publicado na revista médica “International Journal of Surgery”.

Evidências

Na maior parte dos testes, a avaliação de sucesso da técnica foi feita com analise de fotografias das regiões atingidas do corpo, exames especiais de ultrassom e medidas das coxas. Apenas um dos estudos usou formulário para autoavaliação.

Houve alguma evidência mais objetiva de que as ondas de choque são capazes de melhorar a elasticidade da pele, mas esse tipo de avaliação não foi feito nos testes controlados.

Segundo os pesquisadores, é desejável que mais evidências sejam colhidas em estudos futuros, porque apenas 297 mulheres foram recrutadas em testes de eficácia para a técnica até hoje. Destas, apenas 123 participaram dos ensaios clínicos mais rigorosos. Não se sabe se testes com resultado negativo chegaram a ser publicados.

Nos testes realizados, as técnicas de terapia de ondas de choque avaliadas variavam de 6 a 8 sessões durante um mês e meio, e as pacientes eram acompanhadas por seis meses.

“Ainda faltam dados sobre acompanhamento de longo prazo por mais de um ano e detalhes sobre a combinação da ESWT com outras terapias”, escrevem os pesquisadores.