O deputado federal paraibano Wellington Roberto (PR) entrou na ‘lista negra’ do Palácio do Planalto. Ele é o primeiro entre os governistas punidos por terem votado em prol da admissibilidade do processo contra Michel Temer (PMDB), de acordo com informações do blog do jornalista Suetoni Souto Maior.
O presidente foi acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Como a oposição não conseguiu os 242 votos necessários para autorizar a investigação, o gestor só poderá responder pelo processo a partir de 2019. O parlamentar paraibano foi além. No mesmo momento em que declarou voto a favor da investigação, também se disse contra a reforma da Previdência pretendida por Temer.
O alvo da punição será a exoneração de Gustavo Adolfo Andrade de Sá da diretoria de Administração e Finanças do Dnit. De acordo com a coluna Painel, da Folha de São Paulo, o nome dele já foi encaminhado para publicação no Diário Oficial da União. O pedido de punição partiu do ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR). A publicação ainda diz que o Planalto espera que as outras siglas da base façam pente-fino em suas bancadas, identifiquem os traidores e peçam a cabeça de seus indicados no governo. Entre os partidos mais infiéis, o PSDB foi o líder de votos contra o presidente, com 47% dos filiados votando pela investigação.
O voto de Roberto acabou causando surpresa pela postura do parlamentar. Em discussões anteriores, referentes ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e na cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele se colocou contra. Quando integrava a tropa de choque de Cunha, vale ressaltar, chegou a brigar em plenário na defesa do colega. Lembrava sempre que os acusadores daquele momento seriam os investigados do futuro.