O presidente Michel Temer pediu suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no inquérito que ele, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-deputado e atual vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Jr (PMDB), são investigados.

Manoel Júnior e mais três parlamentares integravam a “tropa de choque” do ex-presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha. Todos eles estão sendo investigados por crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

Temer pede suspeição de Janot no inquérito que Manoel Jr também é investigado

A Procuradoria-Geral da República abriu, no ano passado, um inquérito para investigar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e um grupo de aliados dele – deputados e ex-deputados.

A aliança desses deputados com Eduardo Cunha ficou explícita no Conselho de Ética da Câmara. Os aliados dele têm feito de tudo para adiar qualquer decisão sobre o processo que pode levar à cassação do mandato.

No final de semana, o jornal “Folha de S.Paulo” mostrou que o Supremo Tribunal Federal abriu um novo inquérito contra Cunha. E junto com o presidente da Câmara também vai ser investigada parte da chamada “tropa de choque” dele por crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

São citados no inquérito os deputados Manoel Jr e Altineu Côrtes, do PMDB; André Moura, do PSC; Arnaldo Faria de Sá, do PTB; e os ex-deputados Alexandre Santos, João Magalhães, Nelson Bornier e Solange Almeida, do PMDB, e Carlos Willian, do PTC.

Eduardo Cunha é agora alvo de três inquéritos e de duas denúncias no Supremo Tribunal Federal. Em uma delas, virou réu. Nesse novo inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que aliados do presidente apresentaram mais de 30 requerimentos de convocação, solicitação de documentos e pedidos de auditorias em diversas comissões da Câmara, inclusive na CPI da Petrobras, para pressionar o grupo empresarial Schahin e beneficiar o doleiro Lucio Funaro, aliado de Cunha, que também vai ser investigado.

O presidente da Câmara, segundo Janot, mobilizou os aliados para favorecer os interesses de Lucio Funaro por causa de uma disputa com o grupo Schahin. O conflito começou com a construção da hidrelétrica de Apertadinho em Rondônia.

O grupo Schahin foi contratado pela empresa Cebel, Centrais Eletricas Belém, para fazer a obra da hidrelétrica. Houve um acidente: uma barragem se rompeu, provocando uma disputa judicial.

Lucio Funaro, representando a Cebel, cobrou o prejuízo da Schahin no valor de R$ 1 bilhão. E, para conseguir o pagamento, teria contado com ajuda do presidente da Câmara para pressionar a Schahin. Funaro, segundo a investigação, pagou para Eduardo Cunha, por meio de três empresas, dois carros, no total de R$ 180 mil, em 2012.

O deputado Eduardo Cunha declarou que desconhece o conteúdo do inquérito – e desmente as suposições veiculadas.

O deputado Altineu Côrtes disse que jamais foi aliado do presidente da Câmara e que, dos mais de 170 requerimentos que apresentou na CPI da Petrobras, quatro eram sobre o grupo Schahin.

O deputado Arnaldo Faria de Sá disse que era um dos sub-relatores da CPI da Petrobras e que o requerimento dele foi apresentado em função do trabalho na comissão.

O deputado Manoel Jr declarou que a apresentação dos requerimentos foi feita dentro da prerrogativa parlamentar e que está à disposição do Ministério Público e da Justiça.

O deputado André Moura disse que respeita qualquer manifestação do Ministério Público e negou ter sido agressivo com os dirigentes do grupo Schahin no depoimento à CPI.

O ex-deputado Carlos Willian disse que todos os requerimentos que ele fez foram legitimados e não tiveram participação ou interferência de Eduardo Cunha.

Nelson Bornier afirmou que, enquanto era presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, tinha por obrigação apurar a utilização de recursos do BNDES no projeto de construção da usina de Apertadinho.