Tárcio ironiza judicialização e rebate Carlão: “não está acostumado com debates qualificados”

O presidente do PSOL na Paraíba, Tárcio Teixeira, lamentou os ataques feitos pelos vereadores Eliza Virgínia (PP) e Carlão (DC), durante sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa desta quinta-feira (19). A polêmica está associada a um vídeo onde ele fala sobre os projetos e a política defendida pelos vereadores.

Tárcio disse que recebeu apoio de jornalistas, parlamentares, colegas militantes e expressou que não sabia como estava sendo atacado, e por este motivo decidiu ver o vídeo da sessão ordinária antes de escrever.

O presidente elogiou a postura da vereadora Eliza, que defendeu seu ponto de vista sem sair do decoro parlamentar, mas desaprovou a posição do vereador Carlão, que não conseguiu defender sua ideia, demonstrando a falta de preparo ao se expressar. Carlão ofendeu Tárcio, o chamando de canalha, seboso, energúmeno, cretino, injusto e frouxo e acusou o PSOL de defender traficante.

Para Tárcio, Carlão parece não estar acostumado com debates qualificados, e afirma que o pior lugar para os dois debaterem seria no judiciário, pois Carlão não poderia gritar, xingar ou bater na mesa.

Ele diz não temer ameaças de judicialização, pois acredita que os parlamentares já perderam o debate político e que seria muito ruim perder também no judiciário.

Tárcio encerra a polêmica lamentando e aponta que o mais importante é o debate político na defesa das crianças e adolescentes vítimas da negativa de direitos e da violência sexual.

Confira o vídeo

Confira nota na íntegra

Ontem (19/09), pela manhã e tarde, recebi vários contatos de jornalistas, parlamentares, colegas militantes, todos e todas prestando solidariedade a minha pessoa. Eu não sabia exatamente como eu estava sendo atacado, mas sabia que a violência vinha de Eliza e Carlão. Tive o cuidado em não escrever nada mais profundo antes de olhar os vídeos da TV Câmera.

Os ataques, desqualificados e fora de qualquer decoro, eram em resposta ao vídeo que fiz (link 1) sobre os projetos e a política defendida pelos vereadores citados, um vídeo de 10 min, duro, mas com fontes, experiência profissional e muita educação.

Ao acompanhar com cuidado o vídeo da TV Câmara (link 2) percebi que Eliza não fugiu do decoro e não faltou com a educação, entrou no debate e defendeu suas posições, como deve ser em um debate político. Já o segundo parlamentar, este fugiu do debate e do diálogo qualificado, quebrou todo decoro, recebeu a pancada e demonstrou seu despreparo para defender suas propostas.

Carlão tenta desqualificar o pensamento divergente sem uma gota de argumento, ele não diz uma linha do que defende, mas ataca sem o mínimo de educação ou pudor, fui chamado de canalha, seboso, energúmeno, cretino, injusto e frouxo. Até para disputar nas urnas fui chamado pelo suplente em exercício. Não satisfeito, o parlamentar ainda diz que nosso partido, o PSOL, defende traficante. Carlão foge completamente do debate, em um claro esvaziamento de argumento para defender suas posições políticas que, como eu disse no vídeo, contribuem para retirar direitos e favorecer a violência sexual contra crianças e adolescentes (vejam meu vídeo e entendam os argumentos técnicos).

Frouxo não faz parte dos adjetivos que este sertanejo que aqui escreve recebeu durante as campanhas eleitorais que participou. Também não quis denegrir* ninguém, como diz Carlão, até mesmo por que isso seria um elogio, já que a Negritude é maravilhosa e merece todo nosso respeito.

Na verdade, parece que o Carlão não está acostumado a fazer um debate qualificado, na defensiva fica destemperado. Debato com ele na rua, no auditório ou no judiciário, este último é o pior lugar para ele, já que não poderá gritar, xingar ou bater na mesa.

Por fim, sobre as ameaças de judicialização, não tenho medo, até duvido que façam, sabem que já perderam o debate político e que seria muito ruim perder também no judiciário. Espaço este que vou analisar se é o melhor espaço para ter meu direito de defesa na tribuna da Câmara, onde fui xingado e não rebatido politicamente.

Por hora encerro aqui essa polêmica, que para o Carlão parece ter virado pessoal, quando na verdade estamos diante de um importante debate político na defesa das crianças e adolescentes vítimas da negativa de direitos e da violência sexual.

Tárcio Teixeira
Presidente do PSOL/PB