Talvez não diga, mas sinto. Talvez não mostre, mas me importo

Feridas emocionais podem levar muito mais tempo para cicatrizarem do que as feridas do corpo. Os estragos causados ​​na nossa mente, seja por qual motivo for, deixam cicatrizes profundas que não são fáceis de curar. E sejamos sinceros, essas danadas são as que nunca queremos testar se já estão saradas.

O problema é que criamos uma certa camada extra de proteção em cima de todos os nossos machucados emocionais, para tentarmos nos defender das nocivas investidas externas e, assim, repelimos toda e qualquer ajuda que possa vir de fora ou de você mesmo, já que passamos a guardar todas essas memórias lá no sub do subconsciente.

Pegamos esses sentimentos e fingimos que ele não existe. Resistimos, lutamos, mas de um jeito ou de outro ele torna a aparecer, porque seu corpo manda sinais que é preciso parar, observar e olhar para si, para poder continuar seguindo. Quando digo olhar para si é aquele momento em que somos obrigados a ir mais fundo em nós mesmos para saber o porquê de nossas noites mal dormidas, ou aquele resfriado repentino, ou talvez aquela febre sem sentido e sem um diagnóstico preciso.

Estamos fadados a achar que nossa fortaleza é intocável e que dentro dela você é capaz de manter todas as funções em perfeito estado, sem nenhuma ajuda, porém, por outro lado, fomos criados para viver em sociedade, compartilhar com o próximo nossas perdas, conquistas, avanços, ideias, novidades e, querendo ou não, somos obrigados a abrir um pouquinho essa couraça para que outros possam ver que ainda pulsamos.

Olhar para dentro não é uma tarefa fácil… é árdua, lenta e, por vezes, penosa. A sensação de se perceber frágil e exposta nos faz travar, sentir as pernas bambas, suor frio, coração acelerado e ansiedade vai a mil – cadê meu Rivotril? –.

E aí vem aquele sentimento de culpa, do hábito de sempre se fazer forte e contar só consigo mesmo, driblando todo esse turbilhão que, quando dividimos com alguém, ainda nos perguntam “Mas como você consegue ser tão dura? Você não chora?…” Bom, para sofrer não precisa chorar, isso eu te asseguro.