SUS recebe “kits intubação” em mandarim e entidades médicas pedem tradução

No total, a doação foi de 3,4 milhões nos insumos, e o restante deve chegar ao Brasil até o fim do mês

Entidades médicas solicitaram ao Ministério da Saúde que bulas, rótulos e embalagens, de uma nova leva do “kit intubação” sejam traduzidas para o português. Os conjuntos chegaram ao Brasil com todas as instruções em mandarim, o que pode contribuir para acidentes e mau uso na emergência.

“Os responsáveis por manusear os medicamentos podem se confundir [com as informações em mandarim]. O efeito adverso que isso pode causar no paciente é grave. O que estamos fazendo é ajudar para que isso não ocorra”, disse Luis Antonio Diego, diretor de uma das associações que solicitou a tradução.

O país sofre com a falta dos sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides que compõem o kit, que é muito usado em pacientes com Covid devido aos problemas respiratórios. Essa é a primeira leva de “kits intubação” doados por empresários brasileiros ao SUS, e chegou na semana passada.

No total, a doação foi de 3,4 milhões nos insumos, e o restante deve chegar ao Brasil até o fim do mês.

Na última quarta-feira (21/3), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o país deve receber uma doação da Espanha de 80 mil medicações que compõem o kit na próxima semana.

“Temos adotado uma série de ações para aumentar a oferta. Também contamos com o apoio da indústria nacional, OMS/Opas, e com a solidariedade de outros países que farão doações dos insumos ao Brasil”, disse Queiroga à Folha de S. Paulo.

O pedido de tradução foi protocolado pelas entedidas SBA (Sociedade Brasileira de Anestesiologia), Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência), ISMP-Br (Instituto para Práticas Seguras do Uso de Medicamentos) e SBRAFH (Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde).As associações ainda fizeram outras solicitações, como a realização de armazenamento e identificação desses mecidamentos separadamente e orientações sobre como os rótulos deveriam ser colocados. O documento foi enviado ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), ao Conasems (Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde) e ao Ministério da Saúde.

Em resposta, o Conass afirmou que já foram “elaboraram documentos técnicos, que foram disseminados aos estados”. Já a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que os produtos podem vir em outros idiomas, e que cabe ao Ministério da Saúde “atuar e fazer as discussões da instrução de uso”.

Do Metrópoles