Superintendente da CGU na PB não descarta chegada da Calvário nas prefeituras

Em entrevista ao programa F5, na 89 Rádio Pop, Severino Queiroz disse que apesar dessa não ser uma possibilidade efetiva, uma investigação pode levar a vários caminhos

Existe a possibilidade da Operação Calvário chegar até as prefeituras da Paraíba. Foi o que afirmou o superintendente da Controladoria Regional da União na Paraíba (CGU-PB), Severino Queiroz, durante entrevista ao programa F5, na 89 Rádio Pop. Porém, o superintendente ressaltou que apesar dessa não ser uma possibilidade efetiva no momento, uma investigação pode levar a vários caminhos.

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“Nós já tivemos ramificações no Conde e tivemos João Pessoa agora, não se descarta que outros municípios possam ser investigados, em função dos materiais que são apreendidos, das quebras de sigilo fiscal e bancário dos investigados. Não se descarta que podem haver outras fases envolvendo prefeituras”, explicou.

A Operação Calvário, que iniciou investigando um esquema de propina paga pela Cruz Vermelha, agora tem como alvo a área da Educação. Severino revelou que essa nova fase de investigações, em uma nova pasta, está apenas no início.

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“Causou surpresa a muita gente nas entrevistas, quando eu falei que a Calvário só estava começando na Educação, porque a investigação era mais ligada a Saúde. Mas não é novidade, se alguém ler as denúncias já apresentadas pelo Gaeco, assim como pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, vai perceber que ainda existem muitos contratos e pagamentos a serem auditados”, relatou.

O superintendente da CGU ainda deixou um alerta aos prefeitos da Paraíba: “os órgão de combate a corrupção estão trabalhando, unidos para fazer o melhor em busca da boa e regular aplicação dos recursos públicos, os prefeitos que estão fazendo coisa errada tem que ficar de orelha em pé? Fiquem, porque se estiverem fazendo coisa errada nós teremos que chegar”.

10ª e 12ª fase da Operação Calvário

As duas fases foram deflagradas no último dia 04 de fevereiro de 2021, em João pessoa e mais três cidades paraibanas, e têm por objetivo investigar contratos para aquisição de material didático (livros), por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e de João Pessoa, no ano de 2013, nos valores de R$ 4,5 milhões e R$ 1,5 milhão, respectivamente, sendo estimado um prejuízo ao erário, no montante de aproximadamente R$ 2,3 milhões, em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos.

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Durante a ação, foram cumpridos mandados de prisão contra o ex-presidente do PSB na Paraíba, Edvaldo Rosas, o empresário Pietro Harley e o irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, que já está detido devido descumprimento de medida cautelar.

O ex-secretário de Educação de João Pessoa durante a gestão de Luciano Cartaxo, Luiz Júnior e outro funcionário identificado como Gilberto Cruz também são alvos de duas fases da Operação Calvário.