A sobrinha da senhora Maria das Neves, 63 anos, Joelma Ribeiro, criticou em seu Facebook a justificativa do vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, ao afirmar que a morte da sua tia é um “caso pontual”.

Maria das Neves, aguardava cirurgia de apêndice e morreu por falta de atendimento médico, em uma calçada próxima do Ortotrauma de Mangabeira, o Trauminha, no dia 26 de julho.

“Se fosse com sua mãe, ou sua esposa, com certeza você não diria isso com a minha tia, senhor Manoel Júnior”, desabafou Joelma.

Em resposta na postagem de Joelma, algumas pessoas chamaram Manoel Júnior de “sádico”, “nojento” e “golpista”.

Caso pontual

Uma vida perdida, por falta de atendimento e negligência médica, é um caso pontual e pode acontecer em qualquer lugar. Essa é a visão e a explicação dada pelo vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Junior (PMDB), ao ser questionado sobre a morte da senhora Maria das Neves Silva, 63 anos, na calçada do Ortotrauma de Mangabeira, o Trauminha, no dia 26 de julho.

“Foi um caso pontual, isso pode acontecer em qualquer hospital, pode ser da Paraíba, do Brasil ou do mundo, com uma pessoa que tem um histórico de cardiopatia e diabetes. Provavelmente por isso não foi realizada a cirurgia. Ela evadiu-se do hospital e teve um mal súbito que qualquer pessoa pode ter”, explicou.

Fazendo sua avaliação como médico, em relação a Saúde Pública da Capital, Manoel Junior admite que ela não está no “patamar que deveria”, mas a gestão está fazendo o possível para melhorar.

“Como médico, se eu for questionado se a Saúde de João Pessoa é a que eu desejo, que esteja no patamar que deveria, eu responderei que ainda não. Mas estamos fazendo todo possível para tornar a Saúde autossustentável, descente, digna à população”, salientou.

Entenda o caso

Uma morte foi registrada no início da manhã do dia 26 de julho, no bairro de Mangabeira. Uma paciente que aguardava uma cirurgia de apêndice morreu após fugir da unidade do Ortotrauma, o Trauminha, em João Pessoa. As informações são da rádio CBN João Pessoa.

Segundo informações do esposo da vítima, José Firmino, a mulher só não morreu dentro da unidade porque fugiu buscando atendimento, já que sentia fortes dores desde que deu entrada no hospital. Ele ainda denuncia a falta de segurança no local, já que para dar entrada passou por diversos trâmites burocráticos, no entanto, para que a mulher saísse, foi facilmente tido o acesso.

“Levei minha esposa, no início da manhã de ontem ao hospital e ao chegar na unidade fez os exames e ficou aguardando uma cirurgia para retirada do apêndice, mas teria que ficar em jejum para o procedimento. No final da noite, o médico revelou que não seria feita a cirurgia e que a mulher deveria seguir em jejum na unidade para fazer o procedimento, mas não disse quando. Ele alegou que a apêndice da minha esposa estava inflamada e não podia operar. Minha esposa tinha diabetes e estava passando mal e com muita dor e além disso sem se alimentar. Hoje de manhã recebi o telefonema de que ela tinha fugido do hospital. Eu fiquei indignado porque para entrar no hospital é tão difícil e pra sair foi tão fácil, lá não tinha segurança. Perdi minha esposa, mas se fosse dentro do hospital eu não ia culpar ninguém”, explicou o caso o esposo da vítima.

Até agora a Secretaria de Saúde da prefeitura de João Pessoa não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Outro paciente, que entrou em contato com a emissora de rádio, ratificou a denúncia do esposo da vítima, de que a saída de pacientes da unidade hospitalar é frágil e sem fiscalização. Informações  do PB Agora.

Manoel Junior trata como "caso pontual" morte de paciente que fugiu do Trauminha