Sob protesto da oposição, CMJP aprova cidadania pessoense a Bolsonaro

A concessão do Título de Cidadão Pessoense ao Presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), foi aprovada na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). A votação da matéria, que tramitava na Casa desde 2018, foi adiada em virtude do processo eleitoral vigente na época e colocada em votação na ordem do dia desta quarta-feira (20).

Segundo o propositor da honraria, vereador Carlão (DC), na época da elaboração do projeto, as justificativas para a homenagem eram os conceitos e valores da chamada ‘nova política’, proposta pelo então deputado federal do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro.

“Passaram-se dias e esse homem tornou-se Presidente da República, trazendo coisas boas para o Brasil, como a exoneração de 20 mil cargos comissionados e a promoção da confiança na economia brasileira. Ele vem lutando incansavelmente contra a corrupção. Este é o momento de fazer esse ato político, de fazer o Presidente da República cidadão pessoense”, justificou Carlão.

O parlamentar foi acompanhado por mais 11 votos a favor da concessão da cidadania pessoense para Jair Bolsonaro. Para Raíssa Lacerda (PSD), ele já mostrou que é um grande presidente. Em concordância, Thiago Lucena (PMN) afirmou que Jair Bolsonaro, em três meses de governo, já tomou decisões que beneficiam João Pessoa e a Paraíba, e Damásio Franca (PP) enfatizou que ele está trabalhando pela nação.

“Antes ele era candidato, hoje é o presidente eleito pela maioria esmagadora do país. Gostaria que cada vereador entendesse, independente de lado político, a importância e a envergadura de uma rejeição nesse momento, que pode repercutir negativamente para a cidade. Em nome de João Pessoa, esta Casa precisa aprovar o Título de forma unânime”, defendeu João Almeida.

Para Eliza Virgínia (PSDB), o governo promoveu economia significativa extinguindo 20 mil cargos comissionados e já vem desenvolvendo ações que afetam positivamente João Pessoa, como a privatização do aeroporto Castro Pinto. Marcos Henriques (PT) rebateu a vereadora afirmando que a privatização não foi positiva, uma vez que o aeroporto foi vendido por 10% do valor real do empreendimento, segundo o petista. Ele ressaltou ainda que o presidente “enfraquece a classe trabalhadora” por meio da proposta da Reforma da Previdência.

Sandra Marrocos e Tibério Limeira (ambos PSB) defenderam que não há motivos para a aprovação da cidadania pessoense. “O programa Mais Médicos vai ser extinto nas capitais e regiões metropolitanas, João Pessoa vai perder 48 médicos e médicas. O governo entrega a base de Alcântara, perdemos várias concessões. Este é um debate de consciência”, afirmou Sandra Marrocos.

O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que concedeu cidadania pessoense ao presidente Jair Bolsonaro foi aprovado com 12 votos favoráveis, três contrários e duas abstenções. Marcos Henriques, Sandra Marrocos e Tibério Limeira votaram contra a concessão da honraria e os vereadores Milanez Neto (PTB) e Humberto Pontes (Avante) se abstiveram. Estavam ausentes no momento da votação: Bispo José Luiz (PRB), Bruno Farias (PPS), Chico do Sindicato (Avante), Helena Holanda (PP), Leo Bezerra (PSB), Mangueira (MDB), Marcos Vinícius (PMDB) e Tanílson Soares (PSB).