A empresa dona do site de relacionamentos extraconjugais Ashley Madison, que teve mais de 13 GB de dados vazados em um ataque hacker em 2015, agora é alvo de uma investigação na Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), confirmaram à Reuters os dois novos executivos que tentam recuperar a credibilidade da empresa.
O CEO Rob Segal e o presidente James Millership, no entanto, afirmam que não sabem qual é o foco da investigação da FTC no Ashley Madison.
A unidade de proteção ao consumidor da FTC investiga casos de propaganda enganosa, incluindo aqueles em que os consumidores são informados que seus dados estão seguros, mas que isso é posteriormente tratado de forma descuidada.
Perguntado sobre o uso de perfis femininos falsos no site, Segal disse: “Isso faz parte de um processo contínuo que estamos atravessando… está com o FTC agora”.
Segurança infiel
A invasão ao Ashley Madison, que expôs dados pessoais de milhões de usuários que se inscreveram no site de slogan “A vida é curta. Curta um caso”, custou à empresa Avid Media Life mais de um quarto de sua receita, disseram Segal e Millership em entrevista.
“Lamentamos profundamente”, disse Segal, acrescentando que talvez mais pudesse ter sido gasto em segurança.
Os dois executivos, contratados em abril de 2016, disseram que a dona do Ashley Madison está gastando milhões de dólares para melhorar a segurança e analisando opções de pagamento que oferecem mais privacidade.
Mas a Avid Media Life enfrenta uma série de problemas, como ações judiciais coletivas nos EUA e no Canadá em nome de clientes cujas informações pessoais foram publicadas, além de alegações de que o site usa perfis falsos para manipular alguns clientes. A relação de usuário do sexo masculino para feminino do site é 5 por 1, disseram os executivos.
Um relatório da Ernst & Young encomendado pela Avid e mostrado à Reuters confirmou que a empresa usou programas de computador para criar perfis femininos falsos, representando mulheres reais, o que ampliava as conversas com clientes masculinos pagantes.
A Avid encerrou perfis falsos nos Estados Unidos, Canadá e Austrália em 2014, e no final de 2015 no resto do mundo, mas alguns usuários dos EUA trocaram mensagens com perfis estrangeiros inventados até o fim de 2015, segundo o relatório.
O ex-presidente-executivo Noel Biderman se denominou o “rei da infidelidade” e estimou a companhia em US$ 1 bilhão. Segal reconheceu que a empresa não vale tanto e que ainda não sabe como o ataque aconteceu e quem foi o responsável.
As informações são do G1.