Sífilis congênita: Paraíba possui taxas menores que o Brasil e o Nordeste

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou boletim epidemiológico da sífilis, nesta sexta-feira (28), segundo o qual a Paraíba tem taxas menores que o Brasil e o Nordeste em casos de sífilis congênita (em bebês). Enquanto no Brasil, no ano de 2018, a incidência de sífilis congênita era de 9,6 casos por 1.000 nascidos vivos, no Nordeste era 9,0 e na Paraíba, 6,7. No entanto, houve aumento no número de casos no ano de 2019, quando as taxas foram 7,4 casos. A sífilis congênita é uma das três fases da doença, tendo também a adquirida – na população em geral e em gestantes.

Crianças que nascem com sífilis ficam com sequelas graves para o resto da vida. “A infecção pode causar má-formação do feto, aborto ou morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Ainda há outras consequências da sífilis congênita, a exemplo de cegueira, surdez, problemas cardíacos, neurológicos, na dentição, na fala, entre outras”, disse a chefe do Núcleo de IST/Aids, Joanna Ramalho.

Joanna explica que a sífilis congênita é transmitida da mãe para o filho. “Por isso, a maior estratégia da SES é junto às gestantes que devem fazer o pré-natal na Atenção Básica (AB), e logo na primeira consulta é feito o exame rápido (15 minutos), que detecta a doença. Caso dê positivo, o tratamento é iniciado, imediatamente, com penicilina, na própria AB”, explicou.

Em 2019, na Paraíba, observou-se uma taxa de detecção de 17,1% de casos de sífilis em gestantes, para cada 1.000 nascidos vivos (3% superior a taxa observada no ano anterior).

Ainda de acordo com o boletim, quando analisada a idade gestacional de detecção de sífilis em gestante, observou-se que, em 2019, a maior proporção das mulheres (43,1%) foi diagnosticada no terceiro trimestre; 21,45% representaram diagnósticos no segundo trimestre e 26,7% no primeiro trimestre. “Este é um dado preocupante já que o desejável é a realização dessa detecção, o mais precoce possível, ao iniciar o pré-natal”, falou.

Em relação à sífilis adquirida, em 2019, foram notificados 1.923 casos. A 1ª Região de Saúde é a que concentra o maior percentual, com mais de 70%, sendo João Pessoa, Santa Rita, Bayeux e Cabedelo com o maior número de casos. A faixa etária com a maior taxa de detecção de sífilis adquirida é entre 20 a 39 anos e mais de 68% dos casos são do sexo masculino.

“Vivemos uma epidemia de sífilis, em todo país. Daí a necessidade de estar sempre monitorando e tratando. É bom lembrar que se trata de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), de fácil transmissão, mas que pode ser evitada com o uso de preservativo”, ressaltou.

De acordo com Joanna Ramalho, a SES já desenvolve uma política em relação à sífilis, em todas as suas fases, que vai desde a distribuição de preservativos; o diálogo com profissionais de saúde da AB, para atuarem no sentido do diagnóstico precoce da doença e a distribuição e treinamento de teste rápido junto aos municípios.

Confira o boletim