Servidores do Juliano Moreira têm dia de cuidados e atividades terapêuticas

A manhã deste domingo (22) no Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira foi de muitos cuidados com seus servidores. A partir das 8h30, os servidores da unidade de saúde receberam o Projeto Fênix, que levou diversas atividades terapêuticas integrativas, como biodança, massoterapia, reiki, acupuntura, auriculoacupuntura, atendimento individual com terapia floral e dança circular e aeróbica. As atividades foram realizadas por 30 profissionais voluntários dos Centros de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde da Bica, do Valentina e do Equilíbrio do Ser (Bancários).

De acordo com a coordenadora das Práticas Integrativas e Complementares do Município de João Pessoa, Mônica Maria da Silva, é importante cuidar da saúde física e mental dos servidores do Juliano Moreira. “Essa é uma primeira parceria do município com o estado, no sentido de expandir e colocar à disposição essas práticas para os servidores da casa. Nosso objetivo e da direção do Complexo é trazer esse cuidado para os servidores, a fim de prepará-los pra terem uma qualidade de vida, assim eles podem conseguir desenvolver melhor as suas atividades, que são por muitas vezes ‘pesadas’, eles ficam bem sobrecarregados com toda a demanda das pessoas que chegam aqui, e a gente só pode dar o que temos”, disse.

O diretor técnico do Equilíbrio do Ser, Eduardo Balbino Lopes, afirmou que é importante preparar e sensibilizar os profissionais do Juliano Moreira para que possam trabalhar de uma forma mais completa, otimizando o atendimento aos pacientes do local. “Os servidores aqui estão sendo sensibilizados e preparados pra poder também atender as pessoas que necessitam de práticas que complementem o seu processo de saúde, visando sempre a ideia do ser como um todo, como uma pessoa que tem a sua inteireza, não as partes, como normalmente nossa sociedade tem o hábito de visualizar”, explicou Eduardo.

Já o diretor geral do Complexo, Walter Freire Franco, disse que uma das preocupações da gestão é com a qualidade de vida dos servidores. Ele disse também estar surpreso com o grande número de terapeutas voluntários que compareceram ao projeto. “Se os servidores estiverem se sentindo bem, melhores com eles mesmos, com mais saúde, mais integrados consigo e um maior equilíbrio, isso vai auxiliar ainda mais os que aqui chegam com transtorno e sofrimento psíquico. Então posso dizer que me surpreende ver a quantidade de terapeutas que vieram hoje, abrindo mão do seu descanso, do seu contato com a família neste domingo. Isso nos alegra o coração, ver a boa vontade e amor ao próximo de todas essas pessoas”, disse.

Cuidadora do Juliano Moreira há três anos, Maria do Socorro Ferreira estava feliz e aliviada depois de receber os cuidados da acupuntura. “Eu nunca tinha passado por essa experiência. Antes eu estava com o corpo muito pesado, me sentido mal, já que estou grávida de quatro meses. Agora me sinto leve, bem. Esse tipo de ação tira o funcionário daquele ritmo intenso, que deixa a gente tensa por trabalhar nessa área. Esse tipo de acompanhamento nos deixa leve, bem e preparados para melhor desempenhar nossa função”, disse a cuidadora.

Já Vera Lúcia da Silva, cuidadora há mais de 30 anos, chegou ao complexo com dores musculares e de cabeça. Depois de uma sessão de acupuntura, ela saiu feliz, pronta pra mais um dia de trabalho. “Entrei de um jeito e estou saindo de outro. Eu não conseguia movimentar o braço e agora estou me sentindo bem. A dor de cabeça também passou, estou aliviada. Nunca tinha feito isso e a experiência foi maravilhosa. Fui muito bem atendida, gostei demais, pois a profissional me atendeu com muito carinho. Foi ótimo!”.

“Hoje foi o pontapé inicial, mas queremos dar sequência, trazendo essas práticas para auxiliar os usuários, pois assim os maiores beneficiados são os pacientes, que recebem um cuidado diferenciado de um cuidador que está bem consigo mesmo”, completou o diretor geral do Complexo, Walter Freire Franco.

O Projeto – O Fênix faz parte de uma série de ações do Complexo com o objetivo de humanizar a relação entre o servidor e os pacientes. Toda sexta-feira, às 14h30, funciona a cozinha experimental, onde os usuários fazem comida com ajuda de um nutricionista. Nas terças-feiras, à tarde, para os pacientes adultos e nas sextas, pela manhã, para os adolescentes, tem o “cine reflexivo”, onde assistem filmes e depois falam sobre o enredo com profissionais de saúde.

Existem ainda as oficinas de educação em saúde onde os profissionais falam sobre vários temas ligados à saúde; o grupo de pré-alta, formado por psicólogos e assistentes sociais, com o objetivo de fortalecer o vínculo com a família para receber o paciente de volta em casa; oficinas de leitura pedagógica, na biblioteca; está sendo feita parceria com o projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e estão sendo implantadas uma praça e uma horta, com a participação de usuários e servidores.