Sérgio Queiroz critica cotas raciais e diz que negros ricos estão tomando vagas de brancos pobres

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Pastor Sergio Queiroz - Foto: Luciano Coxinha

Defensor do sistema de cotas sociais, o candidato ao Senado Federal Sérgio Queiroz explicou o motivo pelo qual é contra ao atual sistema de cotas racial. Em entrevista, nesta segunda-feira (22), ele disse que tem muito “negro rico, tomando o lugar de branco probre” nas universidades, por causa do atual sistema utilizado.

“Eu sempre fui a favor da conta social e vou explicar. Nós vemos é que tem muitos negros ricos, que estão usufruindo de cotas tomando o lugar de brancos pobres, que não tem cotas porque são brancos. A cota social, ela é mais justa. O projeto está tramitando no Congresso e mantém a conta social e derruba só as cotas a cota racial, eu sou a favor desse projeto porque eu creio que se a gente investe em conta social, a gente vai pegar os pobres do Brasil dá para eles a condição de chegar num lugar que eles precisam chegar”, explicou.

A PL 1.531/19, pretende eliminar o critério racial de reserva de vagas em universidades e institutos federais de ensino. Porém, os números apresentados pelo Censo da Educação Superior 2019, mostram um cenário diferente do colocado por Sergio Queiroz e exemplificam a importância do sistema de cotas racial, para que o número de negros matriculados no ensino superior crescessem nos últimos anos.

Veja dados da pesquisa:

O Censo da Educação Superior 2019, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontava que brancos ainda eram maioria somando universidades públicas e privadas: 42,6%. Pardos somavam 31,1%; pretos, 7,1%; amarelos, 1,7%; e indígenas, 0,7%. A raça/cor de 16% era desconhecida.

Conforme a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, do IBGE, o número de matrículas de estudantes pretos e pardos nas universidades e faculdades públicas no Brasil ultrapassou pela primeira vez o de brancos em 2018, totalizando 50,3% dos estudantes do ensino superior da rede pública. Apesar de maioria, esse grupo permanecia sub-representado já que correspondia a 55,8% da população brasileira.