Sentimento de mágoa não pode ser instrumento político, sentencia PT/PB

Após carta dramática do vice-presidente da república Michel Temer (PMDB) a presidente Dilma Rousseff (PT), o líder estadual do Partido dos Trabalhadores, Charliton Machado, durante entrevista ao Paraíba Já na manhã desta quarta-feira (09) ressaltou a importância da restauração do diálogo entre os dois durante o processo de impeachment.

De acordo com Charliton nada justifica a carta divulgada de Temer, em que alega insatisfações com o governo federal, e que isso não pode se transformar em politicagem.

“A carta nada justifica, por ponto de vista político. Ele precisa cumprir a função de vice, sabemos das dificuldades constitucionais nas relações entre vice e presidente, entre prefeitos e vice-prefeitos e governadores e vice-governadores. Isso é histórico e faz parte da tradição política brasileira. Ele tem direito de externar o sentimento que quiser, agora não pode transformar em sentimento de mágoa em instrumento político”, disse.

O presidente do PT declara que o PMDB é base importante do governo e que tudo pode ser resolvido com diálogo. “O PMDB é parte importante da base aliada. Não posso dizer quem está certo ou errado, mas é preciso abrir o diálogo. É preciso buscar a unidade, reabrir entre presidente e vice, para não virar um instrumento para aqueles que querem golpear a democracia”, afirma.

Sobre a declaração do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT), em que o mesmo acusa Temer de ser o ‘capitão do golpe’, Charliton desconversa e destaca que acredita que Temer e o PMDB podem estar contra o impedimento, estabelecendo assim uma demonstração de compromisso com a democracia.

“Todos conhecem o Ciro Gomes, cabe a ele dizer o que pensa e acredita. O que importa é que quem quer estar ao lado da democracia estará contra o impeachment. Se o Temer quer dar uma demonstração de lealdade e compromisso com a democracia será contra o impeachment, que acredito eu que o fará, assim como a bancada do PMDB”, declara.