Senador revela que mutuários da Cehap podem perder casa por “erro” de Cássio

O blog do jornalista Fernando Caldeira traz, nesta terça-feira (11), uma grave denúncia, que pode afetar milhares de mutuários da Cehap e do Ipep espalhados por toda Paraíba. Segundo o blogueiro, o senador José Maranhão (PMDB) revelou que um “erro” cometido pela gestão do então governador Cássio Cunha Lima (PSDB) pode deixar muitas família sem casa no Estado.

Clique aqui ou leia abaixo o alerta feito pelo blog de Fernando Caldeira:

Senador diz que moradores podem ser despejados de casas populares na Paraíba

“Foi um erro a venda!” Com esta frase, o senador José Maranhão (PMDB) resumiu a operação de venda das carteiras imobiliárias da Cehap e Ipep, à época do governo Cássio Cunha Lima (PSDB), e que hoje impedem o Governo do Estado de fazer a entrega das escrituras dessas casas a seus moradores.

Segundo Maranhão, “os moradores dessas casas podem ser despejados a qualquer momento pela Tetto Gestão de Recebíveis Ltda, a quem o então governador Cássio vendeu os créditos imobiliários tanto do Ipep quanto da Companhia Estadual de Habitação Popular – Cehap.”

O pior de tudo, é que o valor recebido pelo Estado da Paraíba na venda dos tais créditos foi pouco acima de 10% do valor real dos mesmos. Ou seja, houve um prejuízo enorme para o Estado nessa operação. Além de que, deixou o governo impedido de fazer a entrega das escrituras dessas casas em toda Paraíba, o que está levando a administração pública estadual a ingressar na justiça para tentar reaver o direito de patrocinar essa entrega, revelou a presidente da Cehap, Emília Correia Lima.

Quem é a Tetto Gestão de Recebíveis?

‘Olavinho’, nome que apesar de desconhecido para muitos paraibanos, foi um fortíssimo “braço direito” do senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Mas, quem é mesmo esse senhor?

Olavinho’ é empresário e na pia batismal recebeu o nome de Olavo Cruz de Lira. Sua relação com Cássio é tão íntima que quando este assumiu o Senado Federal mandou nomear a esposa do amigo, Carla Renata Perazzo Lira, para ser sua Assistente Parlamentar (Ato publicado no Diário Oficial da União de 22 de Março de 2012).

O famoso “dinheiro voador” do edifício Concorde teve a decisiva participação de ninguém mais ninguém menos que ‘Olavinho’.

Segundo o inquérito nº /2006, aberto pela Polícia Federal para apurar o caso, pelo menos R$ 200 mil dos R$ 406.920,00 apreendidos no escritório de Olavo Cruz de Lira teriam vindo de contas bancárias dos empresários Fernandes Salles Teixeira de Melo e Olímpio Uchoa Viana, do Rio de Janeiro.

Os dois são ligados à empresa Tetto Gestão de Recebíveis Ltda., que adquiriu os créditos imobiliários da Cehap e do Ipep do governo Cássio, cujos ativos consolidados eram de 56.238 contratos e o valor de R$ 329.424.620,10. Entretanto, os créditos foram arrematados por apenas R$ 47.128.563,12 (14,24% do valor nominal dos contratos e um deságio de 86%), num prejuízo aos cofres públicos do Estado de R$ 282.296.056,98.

Olavo tinha uma empresa de locação de automóveis, contratada pela Secretaria de Administração do Estado. A Polícia Federal descobriu que foram pagos com dinheiro do Estado os automóveis usados na campanha de 2006 pelos irmãos de Cássio – uma Ranger (por Ronaldinho), um Astra (por Savigni), e um corsa preto (pela Mix, responsável pelo guia eleitoral).

A compra foi efetivada e assinada pelo governador Cássio Cunha Lima em 16/06/2006, portanto, há menos de um mês para o início da campanha eleitoral daquele ano.

A representação junto ao Ministério Público Federal para investigar o caso da venda dos créditos imobiliários da CEHAP e IPEP foi assinada pelos deputados Rodrigo Soares, Jeová Vieira, Gervásio Filho, Francisca Motta, Iraê Lucena, Ivaldo Moraes, Trócolli Júnior, Expedito Pereira, Raniery Paulino, Arnaldo Monteiro, Guilherme Almeida, Leonardo Gadelha, Carlos Batinga, Quinto de Santa Rita, Dr. Verissinho e Olenka Maranhão.

Em dezembro de 2012, o STF determinou a quebra do sigilo bancário de Cássio e Olavo Cruz.

As matérias sobre esse caso do inquérito foram publicadas no ‘Correio da Paraíba’ de 7 de abril de 2008,(“PF liga dinheiro voador a venda de créditos imobiliários com deságio de 86% com Caixa 2″).