Senador da PB admite que impeachment de Dilma não tem apelo popular

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, surpreendeu na última quinta-feira (3) ao admitir que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não tem apelo popular. Ele utilizou o processo ocorrido contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello para reforçar a sua tese.

“O impeachment do Collor nasceu na rua e veio para o Congresso Nacional. Agora o pedido nasce no Congresso e tem que ir para a rua. Só vai ter impeachment se houver rua”, enfatizou o senador paraibano em reportagem publicada no portal Brasil 247.

Cássio aproveitou para endossar a proposta do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que defendeu a manutenção do recesso parlamentar do final do ano. Para ele, sem recesso, a oposição não conseguirá sua base em prol do impeachment.

“Mobilizar a sociedade nessa época do ano será uma tarefa um tanto quanto difícil. Temos Natal, Ano Novo, férias escolares, janeiro já emenda com o Carnaval, é difícil”, argumentou Cássio.

A proposta de suspender o recesso parlamentar do final de ano chegou a ser defendida pelo deputado Carlos Sampaio, líder da legenda tucana na Câmara Federal. No entanto, depois de contabilizar seus votos e verificar que não tem força suficiente para tocar adiante o pedido de impeachment de Dilma, o PSDB mudou de opinião.

A mudança veio depois que Aécio defendeu que o recesso deve acontecer, para que, nesse período, os parlamentares possam sofrer pressão de suas bases eleitorais, para votarem a favor do afastamento de Dilma.