Senador bate-boca com Cássio ao defender o ex-presidente Lula; assista

Na primeira sessão do Senado após a retomada dos trabalhos no Congresso, senadores do PT subiram à tribuna para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para os petistas, o ex-presidente sofre uma “caçada” e um “cerco”. Líder do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima (PB) rebateu e disse que o assunto é de “polícia”, e não de “política”.

Lula e a esposa foram intimados, na última semana, a depor em investigação sobre um apartamento triplex no Guarujá, no litoral do estado. O depoimento está marcado para o dia 17 de fevereiro, em São Paulo. Será a primeira vez que Lula e Marisa vão depor como investigados. A investigação apura a transferência de prédios inacabados da Bancoop – cooperativa do sindicato dos bancários que se tornou insolvente – para outras empresas, entre elas a OAS, envolvida no esquema de corrupção da Petrobras.

Ao defender Lula, o senador Lindbergh Farias criticou Cássio e disse que “tucano não gosta de investigação” e que esses processos não ocorriam durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“(Lula) foi o Presidente que fez organização das instituições para que houvesse investigação no país, porque tucano não gosta de investigação. Na época do Fernando Henrique Cardoso não tinha investigação”, afirmou.

Lindbergh afirmou que, durante os oito anos de governo de FHC houve uma média de seis operações da Polícia Federal por ano, enquanto atualmente “são mais de duas por dia”.

Depois disso, o líder do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima, pediu a palavra e disse que os assuntos ligados ao ex-presidente Lula “são assuntos de polícia que não devem ser tratados na política”.

O senador pariabano disse que é “pueril” a comparação de Lindbergh em relação à quantidade de operações da Polícia federal. “Naquele tempo [de FHC] não se praticava tantos crimes como se pratica hoje”, disse Cassio Cunha Lima.

“Nós do PSDB continuaremos defendendo as investigações contra quem quer que seja e continuaremos acreditando que a lei, numa República, tem de ser aplicada desde o mais humilde trabalhador rural à mais graduada autoridade da República, seja ele ministro ou presidente da República, seja quem quer que seja”, disse.

 

‘Linchamento’

Para a senadora Gleisi Hoffmann, há “um linchamento público” do ex-presidente Lula. Ela afirmou que, em 2018, há uma “possibilidade concreta” de Lula ser novo candidato à presidência. “Isso [linchamento] faz parte da velha sistemática da inquisição: quando não consigo me contrapor a você, vencer seu discurso, derrotar suas ideias, ganhar o que tem, eu destruo você”, afirmou.

Ex-ministro, o senador do PMDB Edison Lobão (MA) também defendeu o ex-presidente. Ele disse que Lula está “submetido à mais cruel das campanhas” que já viu na vida pública.  “Nunca vi um ex-presidente da república ser tratado com tanta crueldade, como estão fazendo agora com o ex-presidente Lula”.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, avaliou que Lula vem sendo submetido a um “odioso cerco”. “São ataques sistemáticos, que têm como objetivo desqualificá-lo como homem público e desconstruir a imagem de um presidente que deixou o cargo nos braços dos brasileiros, com mais de 80% de aprovação popular”, afirmou.