Sem alternativa pela PMJP, ambulantes são carentes de condições de trabalho, diz PT

O pré-candidato a prefeito de João Pessoa pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Charliton Machado, comentou sobre a ocupação dos ambulantes nas ruas do Centro de João Pessoa. Para o pré-candidato, a falta de diálogo da atual gestão dificulta a elaboração de soluções para o problema, deixando essas pessoas sem condições de trabalho.

“A gestão não cuidou do ordenamento urbano nem dialogando nem criando alternativa de trabalho para as pessoas. As pessoas ficaram carentes de condições de trabalho, de espaços adequados de trabalho com higiene, com condições operacionais”, declarou.

O petista lamentou a disputa que os trabalhadores enfrentam para poder achar um local para trabalhar e critica a falta de ação da prefeitura que deveria buscar alternativas para melhorar a vida dos ambulantes e a dos pedestres que utilizam as vias diariamente.

“Não existem espaços comerciais com parcerias públicas e privadas para facilitar o comércio que retirariam essas condições muito difíceis para a população e para os ambulantes. Estamos pagando um preço muito alto hoje, a cidade hoje voltou a ser a cidade da disputa de espaço. As calçadas hoje deixaram de ser um espaço onde as pessoas possam transitar, andar”, lamentou.

De acordo com Charliton, há algum tempo a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) teria prometido a realização de cadastros para realocar os ambulantes, mas as ruas da cidade continuam desordenadas devido a presença de ambulantes.

“O cadastramento não acontece. Nós temos um crescimento vertiginoso da ocupação dos espaços públicos no comércio informal e nós não temos nem sequer uma proposta consistente. Não adianta fazer cadastro da pessoa que está vendendo na rua, além do cadastro você tem que criar condições efetivas de trabalho para quem está ali para ganhar o pão, quem está na rua não tem culpa”, afirmou.

Ele acredita que o município deve criar espaços para que as pessoas tenham a possibilidade de trabalhar e critica a forma como outras gestões trataram a situação dos ambulantes, criticando o uso do abuso de poder para ordenar o espaço urbano da capital. Ele ainda sugeriu ideias que poderiam resolver a situação, garantindo que a PMJP possui recurso para a criação de espaços que poderiam melhorar o comércio e vida dos ambulantes.

“Eles não tem alternativa dada pelo município. Em um momento crítico como esse, o município tem que estabelecer o ponto fundamental para a criação desses espaços. João Pessoa já viveu momentos como esse, vivemos também períodos em que tentaram ordenar o espaço urbano com base da força, da violência. Não é ordenando o espaço na forma ‘higienista’ que fazem em alguns municípios brasileiros, simplesmente espancando, tomando a mercadoria das pessoas que querem trabalhar. Ao mesmo que você ordena o espaço urbano, você tem que antecipar a criação de novos espaços para dar mais condições de comércio para essas pessoas. A solução é o prefeito estudar a realidade que existe no município criar novos espaços, tem espaço para isso, a prefeitura sabe que tem inúmeros espaços físicos no centro da cidade que podem ocupados de forma correta, fazer cadastros corretos a partir da necessidade de cada um”, comentou.

De acordo com o pré-candidato, a situação no bairro de Mandacaru não é diferente, onde os trabalhadores da beira da linha trabalham em condições precárias há 40 anos e analisa a importância da implantação de locais em outros bairros que tem grande fluxo comercial.

“Eles tem que criar espaços, o próprio terreno no mercado modelo está sem uso. Os trabalhadores da beira da linha, por exemplo, estão há 40 anos na beirada linha do trem com esgoto a céu aberto, animais circulando de forma desordenada, sujeira, uma falta total de higiene. Uma intervenção mínima de criar quiosques padronizados, uma calçada digna de trabalho para pelo menos vinte pessoas, podemos criar condições nos bairros. Outros bairros podem ser utilizados como Valentina, Mangabeira, bairros que tem muita vitalidade comercial. Falta projeto, mas há condições de ordenar o espaço urbano de forma humana”, concluiu.