O roteiro de superação foi construído a cada jogo. Depois de um início ruim no Pré-Olímpico, o Brasil precisou se reinventar. Não foi fácil, é verdade. Mas, no embalo de um Maracanãzinho lotado, a seleção brasileira venceu um de seus maiores rivais para garantir seu lugar nos Jogos de Paris. Em 3 sets a 2, parciais 25/23, 23/25, 15/25, 25/17 e 15/11, o time da casa venceu a Itália e carimbou o passaporte rumo a mais uma Olimpíada. Logo após a partida, o técnico Renan Dal Zotto anunciou sua saída do comando da seleção.
Com a vitória, o Brasil garante a segunda vaga em disputa no Grupo A do Pré-Olímpico. A seleção termina em segundo lugar, atrás da Alemanha, maior surpresa da competição. A Itália, por sua vez, vai precisar buscar seu lugar nos Jogos através do ranking, assim como Cuba, outra equipe da chave que buscava a classificação.
Darlan saiu de quadra como maior pontuador da partida, com 19 pontos. Lucarelli, um dos destaques da partida, fechou com 17. A seleção, porém, mostrou brilho conjunto. Bruninho foi um dos melhores mesmo diante das próprias limitações. Alan, que perdeu espaço diante do momento do irmão, também foi bem quando acionado.
1° set – Brasil segura reação da Itália e sai na frente
Logo no primeiro ponto, a tensão. Ao defender uma pancada de Lucarelli, a Itália viu a bola se aproximar do árbitro, que deu ponto para o Brasil. Os rivais reclamaram, mas sem qualquer mudança. Os italianos tentaram forçar o saque no início do jogo. Mas a mão se mostrou descalibrada. Foram cinco erros logo de cara, dando vantagem para o Brasil: 8/5 e pedido de tempo do lado de lá.
Foi um bom início do Brasil. Depois de mais um erro de saque dos rivais e de dois aces seguidos de Honorato, a seleção abriu 13/8. Os italianos abriram espaço, é verdade. Mas o Brasil teve o mérito de aproveitar. No ataque de Darlan, o time da casa marcou 18/12. A Itália foi buscar. Aos poucos, tirou a diferença e passou a pressionar o passe brasileiro. Chegou a salvar três set points, mas não evitou o quarto, em ataque de Darlan: 25/23.
2° set – Itália vira no fim e leva o set
O Brasil até abriu 3/1. Mas era um jogo mais equilibrado na volta à quadra. A Itália passou à frente e marcou 6/4 em um bloqueio de Michieletto sobre Darlan. Com o placar em 8/5 pouco depois, Renan pediu tempo e colocou Alan na vaga do irmão titular. O momento, porém, era dos italianos. No ataque de Lavia, 11/6 no placar.
Mas o Brasil encostou. No ace de Alan, diminuiu a diferença para dois pontos: 12/10. A Itália, então, pediu tempo. O oposto, porém, seguiu firme no saque. Pouco depois, ao ganhar a disputa na mão de ferro junto à rede, Honorato deixou tudo igual e mostrou os músculos do braço na comemoração. A virada veio com Alan, em uma pancada: 13/12.
O momento era outro. Em um novo ponto de Alan, o Brasil marcou 16/14. Darlan saiu do banco para comemorar com o irmão com uma dançadinha. A Itália pediu tempo. Demorou um pouco, mas os rivais encostaram. No ace de Sanguinetti, 19/18 no placar. O empate veio no ataque de Michieletto, em 22/22. Alan até salvou uma bola com o peito, mas desperdiçou o ataque na sequência. A Itália fechou o set pouco depois, com um bloqueio de Romano sobre Lucarelli: 25/23.
3° set – Itália dispara e vira o jogo
Um ace de Sanguinetti abriu a conta. Naquele início, nenhum dos dois times conseguiu abrir. As seleções alternaram pontos, mas o Brasil passou à frente depois de Alan fechar belo rali, um dos melhores do jogo: 9/8. Mas foi por pouco tempo. A Itália retomou a dianteira e abriu 14/11 com um ataque de Sanguinetti. Renan, então, parou o jogo. Pouco depois, Bruninho voltou à quadra no lugar de Cachopa.
Mas era preciso mais. A Itália seguiu melhor e abriu 17/13. Renan, uma vez mais, parou o jogo. Dois aces seguidos de Michieletto, porém, fizeram os rivais ampliarem para 19/13. Adriano, então, entrou no lugar de Honorato, que havia feito golpe de vista nos dois pontos italianos. Mas a seleção parou de jogar. A diferença subiu para 23/13. Cachopa e Alan voltaram à quadra em uma tentativa derradeira de reação. Não funcionou. No saque para fora do levantador, fim de set: 25/15.
4° set – Brasil se impõe e força tie-break
O Brasil precisava responder de forma firme. E assim o fez. No embalo da torcida, que comprou a volta por cima do time, a seleção disparou. Darlan, com uma pancada no saque, fez o placar marcar 16/8 na conta. A Itália tentou reagir e até conseguiu diminuir a diferença, mas viu o Brasil se impor. Sem ceder espaço para qualquer virada, a equipe da casa fechou em 25/17.
5° set – Brasil se impõe e vai a Paris
Foi um tie-break tenso, como não poderia deixar de ser. O Brasil começou melhor e abriu 5/3. A Itália foi buscar na marra. No bloqueio sobre Honorato, 6/6 no placar. A seleção voltou a se descolar no placar, mas deixou a Itália buscar depois de erro de saque de Darlan. O Maracanãzinho, por alguns momentos, se calou. Mas o Brasil se manteve firme. Bruninho, incansável, corria de um lado para o outro como se fosse um menino. No ataque de Darlan, a seleção abriu 12/10 e viu a Itália pedir tempo. Mas, no ace de Lucarelli, a vaga e a festa: 15/11. Do ge.