Nesta segunda-feira (22), o Doodle (ilustração no topo do buscador Google) enaltece a figura de Cláudia Celeste, a primeira travesti a atuar como atriz em novelas no Brasil. A carioca fez história ao participar de “Espelho Mágico”, exibida pela Globo em 1977, e como personagem fixa de “Olho por Olho”, da Rede Manchete, em 1988.

Cláudia nasceu em 1952 no Rio de Janeiro. Antes de enveredar pelo entretenimento, ela chegou a servir no exército e trabalhar como cabeleireira. Foi vivenciando o dia-a-dia das mulheres no salão que ela se inspirou a fazer a transição de gênero.

Ela começou sua carreira como dançarina no Beco das Garrafas, conjunto de casas noturnas nas décadas de 50 e 60 conhecido por reunir nomes da música brasileira como Elis Regina.

Em 1975, ela atuou em seu primeiro filme de comédia, “Motel”. No ano seguinte, venceu o prêmio de Miss Brasil Gay (atualmente, Miss Brasil Trans), que a colocou ainda mais no radar de produtores e outras pessoas do meio artístico.

Foi quando veio o convite para interpretar uma corista em “Espelho Mágico”, onde podia usar toda a sua técnica vocal.

A experiência, porém, durou pouco. Os jornais da época noticiaram como “A primeira travesti na TV”, levando o produtor Daniel Filho (que a havia a contratado) a descobrir a transsexualidade de Cláudia. A Globo acabou não transmitindo mais cenas com a atriz.

Ela continuou atuando em outros projetos, como os filmes “Punk’s, Os Filhos da Noite” e “Beijo na Boca”.

Em 1988, voltou às novelas, vivenciando a experiência de interpretar uma travesti: a Dinorá, da novela Olho por Olho, transmitida pela extinta Rede Manchete. Sua primeira aparição foi em 22 de agosto, por isso o Doodle foi ao ar hoje. No folhetim, ela foi oficializada como uma personagem fixa e se consagrou na história da televisão brasileira sendo quem ela se identificava desde sempre.

Cláudia Celeste faleceu por complicações de pneumonia em 13 de maio de 2018.

Do Uol.