O governador Ricardo Coutinho avaliou o atual cenário político do Brasil com a iminência da saída da presidente Dilma Rousseff (PT), que deve ser afastada nesta quarta-feira (11), abrindo espaço para vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumir o comando do país.
Uma das mais importantes lideranças nacionais contra o impeachment da presidente Dilma, Ricardo disse que não teme eventuais retaliações políticas do atual vice-presidente da República.
“Não acredito que vá haver qualquer tipo de retaliação, até porque eu fui eleito e represento com a devida legitimidade a população da Paraíba, que é um estado da federação. Não quero mais, mas também não aceito menos. Quero ser tratado da mesma forma que os demais (governadores), é assim que as coisas são”, pontuou.
“Saberei cumprir o meu papel institucional”, acrescentou ele.
Ricardo lembrou que para assumir o comando do país “é preciso ter legitimidade e governabilidade”.
“A legitimidade só o voto te dá, não há legitimidade sem o voto, sem a participação do povo. A governabilidade depende de um conjunto de forças. A presidenta Dilma, por vários motivos, teve a governabilidade abalada, porém ela tem a legitimidade porque ela foi eleita. O vice-presidente eu não sei como conquistará a legitimidade, porque não foi eleito e ao mesmo tempo terá uma governabilidade mais facilitada”, analisou.
Perguntado se o com a saída da presidente Dilma a melhor alternativa seriam novas eleições, o governador pondera que “não há mais condições de ter uma pactuação política, excluindo o povo”.
“O Brasil precisa resolver essa peleja efetivamente com a participação do povo. Se é em eleições diretas, novas eleições que sejam antecipadas as eleições de 2018. Agora eu falarei isso posteriormente, eu acho muito grave tudo isso que está acontecendo”, defendeu.
Ricardo lembrou da estagnação da economia e voltou a afirmar que ela é reflexo direto da crise política, que foi, segundo ele, cuidadosamente urdida. “A crise política foi construída, mês após mês, dia após dia”, sentenciou.