Ricardo rebate acusações da Calvário, se diz vítima de espetáculo midiático e critica ‘delações induzidas’

“Eu não sou o primeiro, nem serei o último a ser acusado por essa doença que tomou conta do Brasil e do Estado Democrático de Direito”. A afirmação é do ex-governador Ricardo Coutinho ao tratar sobre as acusações que recaem sobre ele no âmbito da Operação Calvário. O socialista concedeu entrevista nesta sexta-feira (13) à Rádio Sanhauá. Ricardo ainda destacou que um “espetáculo midiático” tem fomentado as acusações contra ele.

“Não existe uma prova que me liga a nada, a não ser desvarios. Já fizeram uma oitava fase, para fazer que nem a Lava Jato, e chegar até a não sei quantas fases. Não creio que seja razoável, dentro de um estado democrático de direito o que o Ministério Público faz. Não estou falando da instituição, mas de alguns membros da instituição”, afirmou o ex-governador.

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Ricardo contestou elementos trazidos na última fase da Operação Calvário, no qual um trecho da denúncia apresentada pelo MPPB apontou um encontro entre ele e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), para apresentação de um dossiê com suposto intuito de intimidar os servidores da Corte.

“Disseram que teria havido uma reunião entre eu e os conselheiros para ter chantagem, essa reunião nunca existiu. Eles trabalham com duas condenações, para ter uma condenação colegiada e para ter a vingança de conselheiros para rejeitar uma conta minha, é uma farsa, é uma mentira isso. Você não pode chegar para tal coisa e dizer isso, cadê a gravação? Não existe gravação porque isso é uma mentira”, disse o ex-gestor.

Depoimentos induzidos

De acordo com Ricardo, os depoimentos colhidos como delação premiada são induzidos. Ele também citou que quem está preso, fala qualquer coisa para ter vantagens visando a liberdade.

“Eu não tenho a menor dúvida de que os depoimentos que eu ouvi são induzidos. Porque se não falasse sobre mim não teria liberdade. Como pode tanta acusação sem ter uma prova? As pessoas estão condicionadas a lerem na internet e ter uma certa propensão a crer que seja verdade. É mentira isso”, declarou Ricardo.

Sobre as “mesadas” que possivelmente receberia do ex-consultor da Cruz Vermelha do Brasil (CVB), Daniel Gomes, Ricardo classificou as acusações como desespero de narrativa. “Eu quero ver onde recebi mesada de quem quer que seja. Olha o desespero da narrativa. É desespero, quando alguém não tem mais o que dizer e diz uma besteira dessa. Eu tenho 59 anos bem vivido, a minha condição de vida é a mesma de sempre, eu não mudei nada. Meu patrimônio é compatível. Só tenho uma conta bancária, que foi bloqueada”, disse.

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