Ricardo chama reforma de “Antiprevidência” e diz que capitalização visa gerar lucro ao mercado

Em entrevista nacional, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) voltou a criticar a reforma da Previdência apresentada pelo governo Bolsonaro. Ele disse que o ponto central da reforma é a capitalização, que representa, em sua visão, o fim da Previdência. O que ele categorizou de “Antiprevidência”.

“A reforma é a Antiprevidência. E não adianta justificar que precisa de um ajuste aqui ou acolá para você negar a Previdência. Porque o pior dessa reforma é a capitalização. O restante que está ali, tem uns dois ou três, blocos na sala. O BPC [Benefício de Prestação Continuada] foi algo que o Governo deu para atrair o Congresso e dizer: cedi aqui, agora vamos assinar o restante. O olho gordo é a capitalização”, afirmou.

De acordo com o socialista, a Previdência hoje se baseia em um sistema de contribuição de várias pessoas e entidades para viabilizar as aposentadorias e pensões. Com a capitalização, cada pessoa contribuiria apenas para si mesmo no futuro, com o dinheiro investido em algum banco. Ele sustenta que a medida visa “retirar direitos para sobrar dinheiro para o mercado”.

“A capitalização significa que a Previdência deixe de ser baseada na solidariedade, ou seja, eu contribuo para todos e todos contribuem para mim. É isso que é, para dizer que eu vou contribuir para mim no futuro. E essa conta não fecha. Eu, ou você, ou qualquer um não vamos garantir nossa aposentadoria fazendo com que haja uma contribuição particular capitalizada em algum banco. Esta é a questão central. O governo tenta retirar direitos para sobrar dinheiro para o mercado”, concluiu.