“Requalificar Centro Histórico não é pintar prédio”, diz vereador para Cartaxo

O pronunciamento desta terça-feira, 10, do vereador Fuba na Câmara Municipal trouxe para a pauta o abandono do Centro Histórico da cidade por parte do poder público municipal, assim como o lamento pelo assassinato do músico Pablo Scobá Dub. O parlamentar destacou que sempre se preocupou com a situação de insegurança que se instalou no local, assim como a falta de atuação da Prefeitura de João Pessoa.

“Foi com muita tristeza, muito lamento que no último sábado, 7, recebi a notícia da morte do músico Pablo Scobá Dub, assassinado durante um assalto na frente da esposa e de amigos, e não digam aqui que essa não era uma tragédia anunciada. Perdemos um amigo, e perde a música paraibana e o hip-hop. Não é de hoje que as pessoas que transitam pelo Centro Histórico clamam pela presença do poder público, e o mesmo acontece com os comerciantes e artistas. Várias vezes na tribuna da Câmara falei sobre algumas medidas, que se já tivessem sido implantadas, poderiam ter evitado a morte de Pablo Scobá Dub, e a violência sofrida por tantas outras pessoas. Na semana passada durante uma entrevista falei que poderíamos ter mortes decorrentes do abandono que se encontra aquele espaço”, disse.

Fuba colocou que todos sabem a relação especial que ele possui com o Centro Histórico, inclusive com a criação do ‘Gabinete Cultural’ no seu primeiro mandato: “Para mim, o Centro Histórico precisa ser um local de vida, de preservação da nossa história e de produção cultural. O que temos hoje é o abandono, e sei o papel que o Estado deve exercer quando o assunto é segurança, mas também não podemos esquecer que a Prefeitura tem responsabilidades que estão sendo deixadas de lado. Aqui venho cobrar uma promessa do prefeito Luciano Cartaxo sobre a construção do Posto de Segurança nas proximidades do Hotel Globo, que teria como função abrigar tanto a Guarda Municipal quanto a Polícia Militar”.

“Coloco também, não apenas a instalação de um portão no Conventinho, que hoje serve de abrigo para bandidos, ponto de consumo de entorpecentes e que já foram até registradas tentativas de estupro, mas a restauração do local. Cadê o projeto de requalificação do Centro Histórico? Cadê as políticas públicas sociais e culturais para atender as crianças e jovens que hoje estão em situação de risco, e passam as madrugadas expostas aos perigos das ruas? Essas medidas precisam ser tomadas urgentemente, ou mais famílias irão sofrer com a perda de pessoas queridas para a violência, e certamente todo o nosso Centro Histórico terá o destino de alguns casarões, que também sofrem com a negligência da Prefeitura, irá acabar, e ser apenas uma lembrança na mente e em fotografias”, acrescentou.

O vereador apresentou na tribuna a cópia de Requerimentos enviados para a Prefeitura questionando a construção do Posto de Polícia, e a obra de restauração do Conventinho: “Os Requerimentos foram enviados em outubro de 2015, e ou tivemos uma resposta vaga, ou não tivemos resposta. Sobre o Conventinho, como sabemos que já aconteceu a escolha da empresa que fará a reforma do local em janeiro de 2016 no valor de quase R$ 3 milhões, e já que a Prefeitura não nos responde, vamos encaminhar um ofício para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Acredito que o Iphan será mais transparente que a gestão municipal”.

Após as intervenções de vereadores da base do prefeito Luciano Cartaxo que afirmaram que a gestão atua no Centro Histórico, Fuba rebateu dizendo que “requalificação não é pintar prédio”: “Oque fizeram na Casa da Pólvora foi construir um ‘elefante branco’. Mais de R$ 1 milhão foi usado para termos um espaço ocioso. O Projeto Moradouro ninguém fala, e quem vai querer morar lá como está? Não venham querer marginalizar as pessoas que moram no Porto do Capim. Os bandidos que frequentam o Centro Histórico, por falta de ações efetivas da gestão municipal de ocupação daquele espaço, vem de diversos pontos da cidade. Quero aqui dizer ao prefeito Cartaxo que requalificar o Centro Histórico não é pintar prédio, e dar vida”.