RC ironiza secretário da PMJP e põe Cartaxo em xeque: “não pode sumir com R$ 10 mi”

O governador Ricardo Coutinho (PSB) não poupou nas críticas ao posicionamento do presidente da Câmara de João Pessoa (CMJP) Durval Ferreira (PP) sobre a liminar do juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa, Marcos Sales, que determinou que a CMJP instale a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a denúncia de desvio de recursos da obra de revitalização do Parque Solon de Lucena (Lagoa), executada na gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), em um prazo de cinco dias úteis, na última quinta-feira (12).  Para Ricardo, a Justiça não notificaria a CMJP se o arquivamento da CPI fosse legítimo.

“Para a Justiça ter mandado essa determinação em relação ao arquivamento de algo legítimo é complicado, e mais delicado ainda é a explicação. Eu soube que o secretário de Infraestrutura foi à Câmara e disse “vocês estão falando aqui das 200 mil toneladas de lixo que ninguém viu ser tirado, mas lá no viaduto do Geisel se movimentou a mesma quantidade”. A diferença é que no viaduto do Geisel você vê. Essa quantidade de lixo da Lagoa, você colocaria oito andares no Almeidão, não é no campo só não, é no estádio, oito andares, um em cima do outro de lixo. A Lagoa teria ficado um buraco de 18 metros, ou seja, é necessário que se dê uma explicação, a gente não tolera mais isso, você não pode sumir com R$ 10 milhões”, explicou.

Ricardo também afirmou que o presidente da CMJP errou em ter arquivado a CPI, pois, para ele, isso é uma questão de transparência de gestão.

“Eu acho que Durval Ferreira, o presidente da Câmara, cometeu um erro. É preciso que haja transparência, essa é a minha opinião. Não sou vereador, mas cidadão pessoense”, afirmou.

O governador ainda criticou a desativação da Secretaria de Transparência de João Pessoa. Para ele, com uma atitude com essa, quem perde é a gestão, pois perde instrumentos de defesa e transparência.

“Não tem só isso não, repito, a desativação da Secretaria da Transparência foi muito ruim, é preciso ampliar os controles sociais, até para proteger o governo. Eu criei  a o Conselho de Combate a Corrupção, eu estou criando ajuda para me proteger, e assim, você não tem como controlar tudo, porém, eu quero criar instrumentos que a população possa ter um olhar de cobrança. O orçamento democrático do município, que nós criamos, foi renegado, se tornou uma coisa burocrática, no Estado, cada ano que passa eu vou aumentando, esse ano agora nos vamos ter 30% a mais”, relatou.