CPI decide investigar Queiroga, Pazuello e outros 12; confira os nomes

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) divulgou hoje os 14 nomes que, a partir de agora, passam à condição formal de investigados pela CPI da Covid. A lista inclui o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

Até então, os 14 relacionados constavam como testemunhas da comissão. Em face da reclassificação, eles passam a ter direito ao princípio da ampla defesa, e os respectivos advogados podem ter acesso a informações, documentos e provas reunidas pela CPI da Covid.

Dos 14 nomes, oito já haviam prestado depoimento no Senado na condição de testemunhas. Até aqui, no total, a CPI já ouviu 29 pessoas. A reclassificação não compromete a análise do conteúdo das declarações.

No escopo do Ministério da Saúde, Calheiros, relator da comissão, também incluiu como investigados o ex-secretário Elcio Franco Filho (que era o “02” da pasta na gestão Pazuello) e os atuais servidores Hélio Angotti Neto (secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos) e Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina” (secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde).

A atual coordenadora do PNI (Plano Nacional de Imunização), a enfermeira Franciele Francinato, também passa à condição de investigada, embora ainda não tenha prestado esclarecimentos em audiência no Senado.

Já no âmbito do que tem sido chamado de “gabinete paralelo”, a CPI investigará o ex-assessor do Planalto Arthur Weintraub, tido como líder do grupo que era responsável pelo assessoramento informal ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas questões relacionadas à pandemia; e uma das principais referências técnicas desse grupo, a médica oncologista Nise Yamaguchi.

Nise, defensora contumaz do uso de cloroquina no tratamento da covid-19 (o remédio não tem eficácia, de acordo com as evidências científicas), será acompanhada dos colegas Paolo Zanotto (biólogo) e Luciano Dias Azevedo (médico e tenente da Marinha)

Também passam à condição de investigados o empresário Carlos Wizard (que atuou como colaborador do Ministério da Saúde), o publicitário Fábio Wajngarten (ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social) e Marcellus Campêlo (ex-secretário estadual de Saúde do Amazonas).

Confira a lista

  • Elcio Franco, ex-secretário do Ministério da Saúde;
  • Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência;
  • Carlos Wizard, empresário;
  • Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
  • Ernesto Araújo; ex-ministro das Relações Exteriores;
  • Fabio Wajngarten; ex-secretário de Comunicação;
  • Francieli Fantinato; coordenadora do Programa nacional de Imunização;
  • Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
  • Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas;
  • Marcelo Queiroga, ministro da Saúde;
  • Mayra Pinheiro; secretária de gestão e trabalho do Ministério da Saúde;
  • Nise Yamaguchi, médica;
  • Paulo Zanoto, médico;
  • Luciano Dias Azevedo, médico anestesista.

‘Bom para a investigação e para os investigados’, diz relator

Renan Calheiros declarou hoje que a reclassificação “acentua um momento importante da investigação”.

“Precisamos mudar o patamar da própria investigação transformando-os em investigados”, declarou o congressista, que concedeu entrevista à imprensa ao lado dos colegas Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é vice-presidente do colegiado, e Humberto Costa (PT-PE).

Os três fazem parte da cúpula do chamado “G7”, o grupo de parlamentares da oposição e da ala independente, mas que é crítica ao governo Bolsonaro.

Segundo Calheiros, a reclassificação é uma decisão acertada inclusive para os próprios investigados pela CPI.

“É bom para a segurança jurídica do próprio investigado, que passa a ter direito às informações e provas da CPI.”

Do Uol.