Quase 25% da renda no Nordeste vem de aposentadorias e programas sociais

A Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018 (POF), divulgada nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE, mostra que a crise fez crescer a dependência de aposentadorias e programas sociais entre as famílias brasileiras. No Nordeste, quase um quarto da renda média é proveniente dessas fontes.

Entre a última POF, concluída em 2019, e a atual, a parcela das transferências subiu de 18,5% para 19,5% da renda média das famílias, que é de R$ 5.426,70. Ao mesmo tempo, houve redução na fatia correspondente ao rendimento do trabalho, que caiu de 61,1% para 57,5% do total.

O item transferências inclui as aposentadorias do INSS e pública, programas sociais federais e, em menor escala, aposentadorias privadas e pensões, mesadas ou doações. Sozinhas, as aposentadorias do INSS representaram 55% do total de transferências em 2017 e 2018.

No Nordeste, as famílias são as que têm a maior dependência dessas fontes, que representam 24,6%, da renda média na região, que é R$ 3.557,98. Na última pesquisa, feita nove anos atrás, as transferências representavam 22,5% da renda.

Na lista de regiões onde as famílias são mais dependentes de transferências, o Sul aparece em segundo lugar, com 20%. Em terceiro, o Sudeste, com 18,9%. Alagoas é o estado com maior dependência, onde 29,7% da renda vem de transferências do governo. Na outra ponta, está Roraima, com 10,1%.

Entre as famílias mais pobres da região Nordeste –aquelas com renda inferior a dois salários mínimos– as aposentadorias e programas sociais representa quase um terço (32,4%) do rendimento médio. Para aquelas com renda entre R$ 1.908 e R$ 2.862, a parcela é ainda maior: 37,9%.

Já entre as mais ricas, que têm renda familiar acima de R$ 23.850, representa 15,9% do rendimento médio.