Quando eu aprendi a importância da coletividade…

Em um tempo não muito distante da minha vida eu achava que cada pessoa deveria ser inteiramente responsável pelo sucesso ou fracasso da sua vida e que o Estado, enquanto instituição “soberana”, seria apenas um agente regulamentador e fiscalizador dos nossos comportamentos em prol de um bem conviver constante na sociedade.

Aí eu comecei a conviver de perto com uma situação que é uma das mais reais expressões de quão importante é que uns ajudem aos outros e como uma possível omissão de “todos por todos” é fator determinador pra sobrevivência de alguém.

A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), sociedade de economia mista estadual, trabalha com o sistema de subsídio cruzado que, em breves palavras, significa dizer que as cidades com maior arrecadação sustentam o abastecimento de água naquelas cidades que, sozinhas, não teriam condições financeiras de manter o seu sistema operando. Assim, quem mora em João Pessoa, por exemplo, e paga sua conta de água, faz com que nosso irmão paraibano lá de Coxixola também tenha água em casa.

Eu nem preciso dizer, mas vou, que, sem água, não há vida! Não há vida, roupa lavada, louça limpa, agricultura, gado, etc.

Ou seja, ao passo que eu deposito na individualidade minha total esperança de que o ser humano consiga, além de viver, alcançar seus objetivos, eu penso na Cagepa e vejo o tamanho do impacto que eu posso causar na vida de outra pessoa, que eu nem conheço, cumprindo uma obrigação: pagando uma conta.

E mais do que isso: eu posso olhar além da água e pensar em saúde, educação, meio ambiente, emprego, renda, entre tantas outras áreas que afetam o dia a dia das pessoas, incluindo o meu. Num país de tantas desigualdades acumuladas ao longo do tempo, ser solidário a mais um nordestino, brasileiro, sem dúvida, me torna integrante de um processo de libertação e construção de um futuro melhor!