Destaque da semana: Pessoense diz que lentidão é principal problema da Internet

João Pessoa se tornou, durante esta semana, a capital mundial da Internet. Isso porque a 10ª edição do Fórum de Governança da Internet (IGF) está sendo realizada na Capital e recebe lideranças mundiais para discutir sobre segurança, sustentabilidade e novos caminhos para a rede. Pensando nisso, o Paraíba Já, foi às ruas para ouvir as principais reclamações da população.

De acordo com os pessoenses, a Internet oferecida por redes de telefonia e grandes companhias ainda precisa sofrer grandes mudanças para atingir um atendimento de qualidade. Lentidão, sinal falho e preço para aquisição são as principais reclamações apontadas.

“Muitas pessoas comparam a internet de agora com a de 10 anos atrás, o quanto avançou. Sim, mas as formações de consumo também avançaram, então as qualidades também são exigíveis. As empresas de telefonia no Brasil são as mais caras do mundo, então a qualidade deveria seguir em mesma proporção, pelo contrário o crescimento das reclamações é imenso”, relata o secretário de Proteção e Defesa do Consumidor de João Pessoa, Helton Renê.

A internet ocupa o primeiro lugar no ranking dos três serviços mais reclamados pela população no Procon de João Pessoa, e o secretário garante que isso não é uma exclusividade do Procon apenas da capital, mas sim, em todo o país.

No ano passado, o Procon de João Pessoa contabilizou 1099 reclamações com relação à telefonia. Já esse ano, o número ultrapassou o anterior: de janeiro à outubro foram 1176. “Dentro da venda dos produtos, que são deficitários vem, cobrança indevida, prática abusiva, venda casada. Querem vender pacotes que o consumidor não sabe nem que está adquirindo, então isso é uma violência”, ressalta.

O número que reflete as reclamações só de internet é de 80 processos, um total de 6,80%. A empresa líder de reclamações de telefonia no geral, destinadas ao Procon de João Pessoa é a Oi, com 696 reclamações só no ano de 2015, o que equivale à 59,18% da percentagem total de reclamações.

Para solucionar ou ao menos minimizar os danos sofridos pelos consumidores, o Procon vai de encontro à Justiça para tomar as providências cabíveis. “Estamos brigando na Justiça e as multas devem vir em caráter pedagógico, mas alguns magistrados entendem que não. Os problemas são estruturais, problemas de concepção. Ora, se você não tem condição ou capacidade de vender, pra que vai vender? É muita balela e não se investe em infraestrutura”, revela Helton.

Sobre o evento realizado para a discussão das questões de Internet, o secretário é claro. “Uma realidade muito aquém do evento que está se propondo aí, um investimento de 500 milhões de reais. Se esses investimentos vierem efetivamente, e a gente sentir a qualidade nos serviços, sejam muito bem vindos. Agora que eu duvido, eu duvido muito”, declara.