PT, PSB e PSOL defendem bloco de oposição com PDT, PCdoB e Rede

Os presidentes do PT, PSB e PSOL estiveram reunidos nesta tera-feira (22), em Brasília, para debater a criação do bloco dos partidos de Oposição na Câmara Federal, incluindo também o PDT, PCdoB e Rede. De acordo com os dirigentes, o objetivo é fortalecer a resistência que os parlamentares farão ao governo de Jair Bolsonaro e seus apoiadores no Congresso Nacional.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a unidade do campo progressista é de suma importância para a oposição na conjuntura atual.

“A gente vai buscar isso [consenso]. O nosso objetivo era esse já desde o início e agora começa a se configurar na prática essa possibilidade. Vamos tentar fazer a reunião ainda para essa semana. Eu fiquei com a responsabilidade de conversar com o presidente do PDT, [Carlos] Lupi, e do PCdoB, Luciana [Santos]. O PSOL vai se reunir agora com a Rede”, afirmou Gleisi, enfatizando que é fundamental fazer “o enfrentamento firme em relação ao governo Bolsonaro que já demonstra que não tem capacidade de sustentação, pelo que está acontecendo em relação ao seu filho [Flávio Bolsonaro] e seus envolvimentos”, relatou, ao se referir aos escândalos que atingem Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

“É necessário um esforço conjunto para atrair toda a esquerda e todas as forças políticas que se opõem ou tenham contradições com o governo Bolsonaro, que já demonstra que será desastroso sob o ponto de vista do desenvolvimento do país e regressivo do ponto de vista de costumes e das políticas sociais. Daí porque é importante unir forças para que possamos fazer o enfrentamento e honrar a condição de oposicionistas que os eleitores nos colocaram”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Siqueira reafirmou que os socialistas não apoiarão a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a presidência da Câmara. “Não há a menor chance de o PSB se aliar a Maia. Ele é o candidato de Jair Bolsonaro. Vamos fazer um esforço conjunto para enfrentar o desastroso governo de Bolsonaro”, explicou.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) salientou que a disposição de unidade entre PSB, PT e PSOL consolida “uma visão do enorme desgaste que está tendo o governo Bolsonaro”. Valente diz que é necessário chamar o PCdoB e o PDT, aliados históricos, para o bloco.

“Nossa agenda é contra os retrocessos civilizatórios nos costumes, e, particularmente, contra a agenda reacionária de retirada de direitos proposta pelo Paulo Guedes [ministro da Economia]. A proposta de conjugar todos os partidos de oposição e de esquerda é uma sinalização, simbólica, para a sociedade de que há uma grande resistência a esse governo”, avalia.

O deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL-RJ) considera fundamental garantir a unidade do campo de esquerda, com PT, PSB, PSOL, PCdoB, PDT e Rede. Disse que sua candidatura à presidência da Câmara está colocada para o debate, mas que o mais importante é a unidade dos partidos de esquerda.