PT diz que Cássio pode ser inocente, apesar de não perdoar ataques do tucano

O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba, Charliton Machado declarou que não condena o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), sobre a defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que negou ter recebido dinheiro do BTG Pactual para aprovar uma emenda em uma medida provisória (MP) que permitiria ao banco utilizar créditos tributários do antigo Bamerindus, e acusa o senador Cássio Cunha Lima (PSDB).

O senador paraibano, relator  da Medida Provisória 608\2013, foi acusado pelo presidente da Casa. “É um verdadeiro absurdo e parece até armação aparecer uma anotação com uma pessoa que não conheço citando coisas inexistentes. A Medida Provisória citada na suposta anotação foi relatada por um senador do PSDB, o paraibano Cássio Cunha Lima, e eu nem participei da comissão que analisou a MP 608/2013”, observou Eduardo Cunha.

Ao ser questionado sobre a acusação do deputado federal contra o senador, o petista ressalta que não julgaria o senador. “Todos têm o direito de se defender, a liberdade de opinião, a democracia. Ele deve enviar uma nota sobre esse posicionamento. Cássio pode ser inocente, vamos dar a condição dele se explicar. É uma denúncia muito grave, mas ele tem o direito de se defender”, disse.

Charliton destaca que o caso serve para mais um debate político para o Brasil. “Mais um ingrediente para um debate político que só ele pode responder, ele deve se pronunciar sobre isso”

Charliton ressalta que o PT não perdoa o senador paraibano por sempre acusar e julgar a sigla em seus pronunciamentos públicos, mas que também não o condena, prefere debater com democracia.”O PT não perdoa Cássio não! Mas achamos que tem o direito de se defender, ao contrário dele que nos condena e julga. O que ele não faz por nosso partido, fazemos por ele”, afirmou.

De acordo com Charliton, Cunha precisa se explicar sobre o caso. “Ele tem muito o que explicar a sociedade nesse momento”, ressalta.

Anotação apreendida

A anotação apreendida pela Procuradoria-Geral da República indica que o banco BTG Pactual, de André Esteves, pagou R$ 45 milhões ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atual presidente da Câmara, para ter atendido um de seus interesses em uma emenda provisória.

O texto foi encontrado por policiais federais na casa de Diogo Ferreira, chefe do senador Delcídio Amaral (PT-MS). Ambos foram presos na última quarta-feira pela operação Lava-Jato. A anotação está descrita no pedido da PGR para manter o assessor e Esteves presos por tempo indeterminado, o que foi aceito pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo.

A anotação seria parte de um roteiro de Delcídio para tentar soltar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, também preso pela Lava-Jato. “Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais”, diz o texto.