PSOL Nacional veta alianças com partidos base de Bolsonaro ou do ‘Centrão’

Pela primeira vez desde sua criação o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade – aprovou uma orientação geral para a realização de diálogos com outros partidos com vistas às eleições municipais. Até então, o partido aprovada as alianças caso a caso, avaliando a conveniência de cada coligação. A aprovação final caberá ao VII Congresso Nacional do partido, que ocorrerá no primeiro semestre do ano que vem. Foram aprovadas negociações com todos os partidos de oposição ao governo Bolsonaro e vetadas, desde já, alianças com partidos da base do governo ou do chamado “centrão”. Essa e outras decisões foram tomadas em reunião do Diretório Nacional realizada no último final de semana (26 e 27/10), em São Paulo.
“Trabalharemos para formar alianças com os partidos declaradamente de oposição de esquerda ao governo Bolsonaro, de enfrentamento à agenda liberal e em defesa dos direitos democráticos e sociais. Estão vetadas alianças com os partidos da base do governo federal e do centrão”, esclarece Juliano Medeiros, presidente da legenda.
Segundo ele, a pressão pela unidade das forças de oposição ao governo é um fenômeno natural do momento político atual. “Essa pressão, no entanto, não pode ser entendida como forma de suprimir divergências entre os partidos de oposição. Buscaremos a unidade, mas respeitaremos a coerência da tática determinada em cada município pelas direções locais do PSOL”, salienta.
O pleito de 2020 foi considerado pelo Diretório como o mais importante da história do PSOL, tanto pela presença das forças de extrema-direita quanto pelo forte crescimento do partido. “É inegável a ampliação da nossa presença política e institucional. Além disso, nos últimos 12 meses, tivemos um crescimento excelente de 23% no número de filiados”, pontua Medeiros. Ele atribui os resultados à conjuntura polarizada com o bolsonarismo, ao desempenho da campanha de Guilherme Boulos à presidência e à identificação do partido como uma alternativa ética, combativa e independente.
O PSOL colocou como meta lançar, ao menos, mil candidaturas próprias a prefeituras em todo o país, bem como construir fortes chapas de vereadores para aumentar a presença do PSOL nas câmaras legislativas.