Psicólogo critica redução da maioridade: “Enquanto houver desigualdade, haverá violência”

Com a redução da maioridade penal aprovada na Câmara dos Deputados aprovada na sessão de ontem (1) da casa, menores entre 16 e 17 anos serão considerados imputáveis por crimes hediondos que venham a cometer. A medida, que ainda precisa ser aprovada em segunda votação na Câmara e no Senado, tem a eficácia questionada por especialistas sobre o tema.

“O que vai fazer com que a violência diminua é um trabalho de educação, não adianta tentar remendar a situação. Reduz hoje a maioridade penal, logo depois vai ter que reduzir mais ainda. Enquanto existir desigualdade social, a violência não vai ser combatida”, ressalta o psicólogo Marcos Lacerda.

Para ele, a proposta não trouxe resultados expressivos onde foi implantada, e que prender adolescentes junto não melhorará a segurança pública, mas poderá prejudicar o desenvolvimento dos jovens que precisariam de ressocialização.

“O que temos hoje é um depósito que se joga crianças infratoras e pouco se faz por elas. Onde está a ressocialização? A ideia que temos é que a classe média quer a redução da maioridade para limpar as ruas crianças vítimas da criminalização social”, criticou.