Presidente do PT rebate Cartaxo e diz que derrota em JP foi “morte anunciada”

Marcus Túlio Campos relembrou que o PT de João Pessoa vinha de disputas judiciais, desgastes internos entre lideranças, como nas eleições de 2020

O presidente do PT de João Pessoa, Marcus Túlio Campos, analisou, na tarde desta terça-feira (21), o resultado das eleições municipais de 2024, em que o deputado estadual e então candidato a prefeito Luciano Cartaxo (PT) amargou um quarto lugar. Para o dirigente petista, o que aconteceu foi algo a la Gabriel García Márquez: uma crônica de uma morte anunciada.

“Tem uma obra de Gabriel García Márquez chamada ‘Crônica de uma morte anunciada’. O livro começa já anunciando qual é o final. Qual é o final? A morte anunciada. E foi mais ou menos que aconteceu aqui em João Pessoa, porque não faltaram avisos à Direção Nacional. É preciso lembrar que há um ano e pouco atrás, eu fui eleito presidente do partido [em João Pessoa] e o compromisso nosso era construir uma candidatura própria e que essa candidatura própria fosse forjada no seio da militância partidária”, analisou.

Ele relembrou que o PT de João Pessoa vinha de disputas judiciais, desgastes internos entre lideranças, como nas eleições de 2020, em que a candidatura do partido teve como cabeça de chapa Anísio Maia e foi questionada judicialmente e que culminou na Direção Nacional punindo-o, levando a desfiliação de Anísio.

“Então a gente precisava organizar a direção que ia tá cuidando do processo eleitoral de 2024. Nós passamos por esse processo eleitoral com o compromisso de ter candidatura própria. Mas, que candidatura própria? Candidatura própria a todo custo, de toda forma? Não. A candidatura própria que tivesse a militância do partido nas ruas. A última vez que nós ganhamos a Prefeitura de João Pessoa foi em 2012, justamente com deputado Luciano Cartaxo. Nós construímos naquela época uma grande maioria em torno da candidatura do deputado Luciano, mas pela base. Foi feito votação, foi disputado prévia, foi realizado encontro municipal e aí a militância foi pra rua. E era isso que a gente queria repetir agora, uma candidatura escolhida pela base, pela militância, por um motivo específico, porque a gente sabe que numa candidatura do PT, quem vai pra rua é sua militância”, relembrou.

Sem fratricídio

Na semana passada, Luciano Cartaxo voltou a se queixar da postura de lideranças do PT nas eleições de 2024. Ele afirmou que houve um fratricídio, que resultou na sua derrota e, também, no baixo desempenho do partido pelo estado.

Túlio discorda. “Então, passar pela prévia, muito além do que se disse, que seria um desgaste, uma disputa fratricida, seria pra referendar e consolidar o nome. A prova disso é que em Fortaleza, houve prévia. A candidata que liderava as pesquisas com praticamente o dobro do outro candidato do PT, perdeu as prévias, e foi o candidato que perdeu as prévias que foi eleito prefeito Fortaleza”, disse.

“Então quer dizer que lá as prévias não foram debate fratricida e aqui seriam? Porque essa sentença de que aqui seria um debate fraticida? Então, eu acho que, se a gente tivesse lançado uma candidatura aqui, com a base partidária, o resultado poderia ser outro”, refletiu Túlio.