Presidente dos EUA testa positivo para Covid-19 pela 2ª vez

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, testou positivo para Covid-19 pela segunda vez neste mês de julho, disse neste sábado (30) a Casa Branca. De acordo com o governo dos EUA, trata-se de um caso de “positividade rebote“.

O termo vem sendo usado por pesquisadores e agências de saúde americanas para descrever a situação de pacientes que foram tratados com o remédio Paxlovid, da Pfizer, e que depois do ciclo de cinco dias de tratamento tiveram o reaparecimento de alguns sintomas ou testaram positivo.

Abaixo, nesta reportagem, entenda:

  • Qual o período em que a “positividade rebote” pode aparecer entre pacientes tratados com Paxlovid?
  • Qual o percentual dos tratados com o Paxlovid que sofrem o “rebote”?
  • Qual a necessidade de iniciar novo ciclo de tratamento?
  • O que é o medicamento Paxlovid e para quem ele é indicado?
  • Qual o status deste medicamento no Brasil?

Período do rebote e percentual de afetados

Em diretrizes publicadas em maio sobre o tratamento com Paxlovid, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA afirma que pacientes que tomaram o antiviral podem apresentar o rebote da Covid-19 em intervalo de 2 a 8 dias após o tratamento.

O órgão explica que, nesses casos, os pacientes apresentam a doença em um estado leve. “Não há evidências de que seja necessário tratamento adicional com Paxlovid ou outras terapias anti-SARS-CoV-2 nos casos em que há suspeita de rebote de Covid-19”, diz o órgão.

No caso de Biden, por causa do resultado, ele reiniciará um novo período de isolamento de cinco dias. Entretanto, não foi verificada – assim como ocorre com os demais pacientes – a necessidade de iniciar uma nova rodada de medicação.

A Administração Federal para Drogas e Alimentos (FDA) dos EUA e a Pfizer, fabricante do antiviral, indicam com base em um estudo que casos de rebote da Covid-19 representam 1% a 2% do total de pacientes que tomaram o Paxlovid.

Biden: sequência de testes negativos

O comunicado da Casa Branca afirma que, entre terça e sexta-feira, Biden fez testes de coronavírus que apresentaram resultados negativos. Neste sábado, o presidente americano realizou um novo teste e, desta vez, o resultado foi positivo, o que foi descrito como uma “positividade rebote” do vírus.

Biden havia testado positivo para Covid-19 pela primeira vez em 21 de julho. Na ocasião, a Casa Branca informou que ele havia sido medicado com o antiviral Paxlovid, usado em casos leves da doença.

A Casa Branca afirmou ainda que o presidente dos EUA aumentou a quantidade de testes por conta do potencial de ressurgimento da Covid-19 em uma pequena porcentagem pacientes tratados com o Paxlovid.

“O presidente não apresentou nenhum ressurgimento dos sintomas e continua se sentindo muito bem. Sendo este o caso, não há razão para reiniciar o tratamento desta vez, mas obviamente continuaremos observando de perto”, informou a Casa Branca.

Biden recebeu duas doses da vacina contra o coronavírus pouco antes de assumir o cargo e tomou doses de reforço em setembro de 2021 e março de 2022.

O que é o medicamento Paxlovid?

O medicamento é indicado para adultos e crianças a partir de 12 anos que tenham testado positivo para a Covid-19 e apresentem alto risco de progressão para casos graves, incluindo hospitalização ou morte. O Paxlovid consiste em dois medicamentos antivirais em conjunto: o nirmatrelvir e o ritonavir.

O nirmatrelvir é um novo remédio desenvolvido pela Pfizer-BioNTech, enquanto o ritonavir é uma droga que já era usada no tratamento do HIV/AIDS. Os dois atuam em conjunto bloqueando uma enzima que o vírus precisa para se replicar no corpo.

Estudos indicam que a droga reduz em 89% o risco de hospitalização ou morte em adultos vulneráveis.

Dados iniciais sugerem que Paxlovid é SIM eficaz contra a variante ômicron. Três estudos divulgados pela Pfizer indicam que o medicamento mantém sua atividade antiviral contra variantes do novo coronavírus, incluindo a ômicron.

Paxlovid no SUS: incorporado desde maio

O Ministério da Saúde anunciou em maio a incorporação do medicamento para casos leves de Covid. Foi o primeiro remédio incluído no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de pacientes com quadro leves a moderados da Covid-19 e alto risco de complicações.

Com potencial para redução da evolução da doença para quadros graves, o medicamento será ofertado para pacientes adultos imunocomprometidos ou com idade igual ou superior a 65 anos.

O tratamento só poderá ser utilizado em caso de teste positivo para doença e em até cinco dias após início dos sintomas.

Do g1