Presidente Donald Trump e primeira-dama testam positivo para coronavírus

Eles entraram em quarentena e ficarão em isolamento na Casa Branca por tempo ainda indeterminado. Casal fez testes após diagnóstico positivo de uma assessora

O presidente Donald Trump anunciou que testou positivo para covid-19 em post publicado no início da madrugada de hoje nas redes sociais. A mulher, Melania Trump, também testou positivo.

“Esta noite, Melania e eu testamos positivo para covid-19. Começaremos nosso processo de quarentena e recuperação imediatamente. Vamos superar isso juntos”, escreveu Trump.

Em seu perfil, Melania disse se sentir bem e que já cancelou todos os próximos compromissos. O casal entrou em processo de quarentena.

“Como muitos americanos fizeram este ano, Donald Trump e eu estamos em quarentena em casa após teste positivo para covid-19. Estamos nos sentindo bem e adiei todos os próximos compromissos. Por favor, certifique-se de que você está ficando seguro e todos nós passaremos por isso juntos”, afirmou.

Trump havia declarado mais cedo que se submeteu a um teste de detecção da covid-19, após uma de suas assessoras, Hope Hicks, testar positivo para a doença. Hope é considerada uma das principais conselheiras do presidente e costuma viajar sempre com o mandatário.

“Eu acabei de fazer um teste e veremos o que acontece”, declarou Trump.

Hope Hicks estava a bordo do avião presidencial com Trump quando o presidente viajou a Cleveland, na terça-feira, para participar do primeiro debate presidencial com o candidato democrata Joe Biden.

A assessora também viajou na quarta-feira com Trump rumo a Minnesota para um comício de campanha. O presidente se submete regularmente a testes de covid-19.

7,2 milhões de casos nos EUA

Os Estados Unidos são o país mais atingido no mundo pela pandemia de coronavírus, com 7,2 milhões de casos e 207 mil mortes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. A Índia tem 6,3 milhões e o Brasil, 4.8 milhões de casos registrados.

Trump demorou para reconhecer publicamente a gravidade do surto de coronavírus, e chegou a pressionar os Estados a reabrirem antes de especialistas dizerem que é seguro fazê-lo.

Em seu primeiro comício em meio à pandemia, realizado em Oklahoma, em junho, o presidente disse a milhares de apoiadores que fazer exames é uma “faca de dois gumes” e que pediu às autoridades de saúde, na ocasião, que desacelerassem os exames em reação à preocupação do público com o número crescente de casos.

Em abril, ele chegou a sugerir a injeção de desinfetante e o uso de raios ultravioletas como forma de “limpar os pulmões” e eliminar o novo coronavírus. A comunidade médica e científica internacional classificou as declarações de Trump como “perigosas e irresponsáveis”.

Repercussão na OMS

Numa mensagem em suas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreysus, desejou uma “rápida e completa” recuperação ao presidente e primeira-dama dos EUA. Nos últimos meses, Tedros foi alvo de duros ataques por parte do governo americano, além de vítima de uma campanha de difamação e ofensas orquestradas nas redes sociais.

Publicamente, Tedros evitou dar respostas aos ataques, na esperança de manter o governo americano na OMS. Nos bastidores, porém, o mal-estar era visível. Ele é acusado por Trump de ter cedido às pressões chinesas e ter demorado para alertar ao mundo sobre o risco da doença.

Tedros, porém, insiste que a emergência global foi decretada no dia 30 de janeiro, quando apenas cem casos tinham sido registrados fora da China. Para ele, alguns países optaram por não seguir as orientações da OMS e reconhecer a gravidade da situação.

Do UOL