Presidente da Funjope rebate artistas e diz que manifesto tem conotação política

Em resposta ao protesto do movimento SOS Cultura JP,  o presidente da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) Maurício Burity afirmou que conhece cada um que esteve envolvido e que para ele, não são artistas, mas sim produtores culturais e ex-diretores da Funjope que não aceitam o trabalho da atual gestão.

“Eu não os considero artistas e nós já sabemos quem são. Eles são produtores culturais, não são escritores, não são músicos, não são pessoas que estão diretamente ligadas à cultura da cidade. São sempre os mesmos agentes. Considero isso uma coisa mais política do que cultural. Inclusive sempre tivemos portas abertas para o diálogo”, declarou.

De acordo com ele, a pauta de reivindicação do movimento não condiz com a realidade da gestão cultural de João Pessoa. “O que o SOS Cultura levanta não condiz com a realidade. O fundo municipal que eles falam nós quase que triplicamos os investimentos na gestão do prefeito Luciano Cartaxo. A questão do Plano Municipal de Cultura, a prefeitura já concluiu e só está aguardando apenas a retomada do Conselho Municipal de Cultura. Mas esse não é um atraso nosso, mas que existe há dez anos. Nós estamos correndo atrás do prejuízo”.

Sobre a reclamação de atraso de pagamentos aos artistas pela Funjope, Maurício esclarece que sempre são ditas as condições na hora da assinatura do contrato. “Os artistas que assinam contrato com a Funjope, sabem que a Funjope pode efetuar o pagamento em até três meses. Às vezes depois de um mês da apresentação, eles ficam na expectativa, lógico, de receber esse recurso. A gente sabe que o público sempre opera num ritmo muito mais lento que o normal, por conta da burocracia interna”, explicou.

Ele considera infundada a crítica de que a gestão cultural esteja inerte na capital paraibana e elenca ações. “Posso te assegurar que nunca se investiu tanto em cultura como nesta gestão. Nós criamos a Orquestra Sinfônica de João Pessoa, o Festival Internacional de Música Clássica, revitalizamos a Casa da Pólvora e criamos um centro cultural lá, temos mais três centros culturais, que são o Gervásio Maia, Vale das Palmeiras e Mangabeira. Todos eles com 5 mil metros quadrados, com biblioteca, telecentro. E até o final do ano teremos mas quatro. Também investimos R$ 3 milhões nos cinco pontos de cultura. João Pessoa e Recife são as únicas capitais que possuem esse equipamento cultural. Nunca se teve tantos recursos para o audiovisual. Investimos R$ 3 milhões de reais, através de edital para o cinema. Também tivemos Mostra Internacional de teatro e dança”.

E continua. “Eu considero toda crítica bem vinda, mas ninguém é dono da razão. Mas vejo esse aí especificamente como um movimento político. Mas nós estamos investindo em todas as áreas e isso com certeza mexe com os brios das outras pessoas. Inclusive, as pessoas que estavam nesse protesto já foram diretores da Funjope em outras gestões. Eu pergunto: esse diretor que já teve a oportunidade de fazer parte da Funjope, porque não fez? Nós estamos mostrando que não é promessa. São editais que foram lançados e ações efetivas. Isso fere os interesses de quem teve oportunidade no passado de fazer alguma coisa e não fez”, concluiu.