Presidente da Comissão que investigou Berg diz que não existe prova que sustente condenação

Presidente da Comissão que investigou Berg diz que não existe prova que sustente condenação

O vereador de Bayeux, Jefferson Kita (PSB) emitiu nota, à população da cidade, explicando o seu voto contra a cassação do prefeito afastado Berg Lima. O vereador é presidente da Comissão Processante da Câmara Municipal de Bayeux, que investiga Berg Lima e, nessa quarta-feira (27), com maioria dos votos deu parecer pela absolvição do prefeito afastado.

Segundo Jefferson Kitta, apesar de existir o registro do prefeito afastado recebendo dinheiro, não há como comprovar para que fim. Além disso, a Comissão apurou que o empresário que fez o vídeo vivia a ameaçar cortar o fornecimento de alimentos se não contraísse empréstimos e, estranhamente, saiu de uma situação de quase falência a prosperidade após a prisão de Berg.

Confira a nota na íntegra:

Conta a história que o rei Felipe da Macedônia também era juiz do seu povo e toda vez que alguém lhe fazia uma denúncia ele tapava um dos ouvidos. Certo dia, um estrangeiro que por lá passava se envolveu em uma querela, dirigiu-se àquele monarca para lhe fazer uma denúncia e intrigado pelo curioso gesto, não resistiu e indagou-lhe: “Majestade, por qual razão tampas um dos ouvidos quando lhe faço uma acusação?”, tendo o rei, sabiamente, respondido: “estou reservando para ouvir a outra parte.”

Pois bem, no dia de ontem, votei pela aprovação do bem fundamentado Parecer Final da Vereadora França, por não ter enxergado qualquer elemento de prova capaz de sustentar uma condenação.

Nas suas 39 páginas, a Vereadora França delineou tudo que restou foi apurado pela Comissão Processante. Não poderia votar diferentemente quando a única testemunha de acusação mentiu por diversas vezes à Comissão Processante sobre fatos importantes do processo; em outras vezes, quando, encurralado por provas documentais, teve que se retratar e admitir certos fatos.

O vídeo é de domínio público e retrata que o prefeito recebeu dinheiro, todavia, não diz a que título recebeu. Poderia a testemunha que se diz vítima, e aí impediria qualquer interpretação contrária, falar, gritar, informar na gravação, perante o prefeito, que aquele dinheiro seria fruto de propina, extorsão, mas não. Preferiu silenciar na gravação e, perante a Comissão Processante, faltar com a verdade em diversas oportunidades.

A prova apurada pela Comissão Processante diz que o empresário vivia ameaçando cortar o fornecimento de alimentos aos doentes desta cidade e para não consumar as ameaças exigia empréstimos do prefeito e seus auxiliares. O empresário que estava praticamente falido, com a prisão do prefeito, estranhamente, tornou-se próspero e o mais importante: o contrato que não seria renovado, com a prisão, não apenas foi renovado, MAS TEVE O SEU VALOR DOBRADO, além de tantas outras provas apuradas no processo.

Como vereador, exerço, neste caso, o papel de julgador e nenhum julgador pode condenar sem provas, inclusive quando existir dúvidas. Não serei como o juiz romano que mesmo não vendo culpa no acusado, sucumbiu a uma turba enfurecida para satisfazer certas autoridades judaicas. Minhas mãos não lavarei.

Vereador Jefferson Kita