Prefeitura de Guarabira diz que MP apenas recomendou e mantém Festa da Luz

Evento deverá ser realizado de 28 de janeiro a 1º de fevereiro, no Parque do Poeta Ronaldo Cunha Lima

Apesar da recomendação do Ministério Público da Paraíba (MPPB), o prefeito de Guarabira, Marcus Diogo (PSDB), pretende manter o planejamento da Festa da Luz 2022. Em entrevista, nesta segunda-feira (29), ao portal Mídia Net, o gestor municipal explicou que a festa só acontecerá caso o cenário da pandemia na Paraíba seja favorável, mas afirmou que continuará com o planejamento da festa, apesar da advertência do MPPB.

“A festa só aconteceria, ou acontecerá, se houver condições. A recomendação, o nome é muito claro, diz que se na Festa da Luz, nos dias 28, 29 e 31, não houver a possibilidade de acontecer, infelizmente não vai acontecer. Agora, a Festa da Luz é um evento que exige um planejamento do tamanho do mundo. Eu não posso deixar para planejar uma festa dessa faltando uma semana. Então, o planejamento tem que acontecer com essa antecedência”, disse o prefeito de Guarabira, durante entrevista.

O evento será realizado de 28 de janeiro a 1º de fevereiro, no Parque do Poeta Ronaldo Cunha Lima, e no primeiro dia subirão no palco as cantoras Walkyria Santos e Eliane, e a banda Calcinha Preta. No sábado (29), será a vez de Taty Girl, Solange Almeida e Limão com Mel.

Assista entrevista na íntegra:

Recomendação do MPPB

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) recomendou que o prefeito de Guarabira, Marcus Diogo (PSDB), não realize a Festa da Luz 2022. Em portaria expedida na última quinta-feira (25), a promotora de Justiça de Defesa da Saúde de Guarabira, Edivane Saraiva de Souza, deu 15 dias para que o gestor responda sobre a recomendação, que já está sendo avaliada pela gestão.

No documento, a promotora destacou o aviso da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a quarta onda da Covid-19 e a necessidade de se adotar medidas conforme os riscos. Ela lembrou que a pandemia não acabou, levando em consideração a aplicação da dose de reforço aprovada para maiores de 18 anos, e citou o cancelamento do Carnaval em mais de 70 cidades do interior de São Paulo, e em Cabedelo, na Paraíba, que cancelou o réveillon “para evitar aglomerações e não transformar a cidade em um ‘polo’ de contaminação da Covid-19, visando assim a proteção da saúde de seus munícipes”.

A promotora argumentou ainda que seria impossível exigir teste da Covid-19 com no mínimo dois dias antes do evento. Conforme ela, a decisão pelo cancelamento representará “respeito às famílias que perderam seus parentes e amigos para o vírus”.

“Um evento público do porte da festa da padroeira da cidade de Guarabira, que reúne mais de 400 mil pessoas, torna-se inviável o cumprimento das normas sanitárias e de controle da propagação do vírus Covid-19, ante a impossibilidade de manter-se o distanciamento social, uso obrigatório de máscaras, cartão de vacinação e teste de Covid atualizado, dentre outras medidas”, pontuou.