A Prefeitura Municipal de Areia, em direito de resposta enviado ao Portal Paraíba Já, nega que estudantes da rede municipal estejam estudando em escolas improvisadas com lonas e bambus. Segundo a Secretaria de Educação da cidade, a iniciativa de “erguer” o ambiente improvisado foi de mães de alunos que eram contra o deslocamento de seus filhos para outra escola com uma estrutura melhor. 

Ainda segundo o direito de reposta da prefeitura, a escola da denúncia, Maria Emília Maracajá, contava com um sistema de ensino multisseriado, ou seja, crianças de diversas idades e séries diferentes estudavam na mesma sala. Seguindo recomendação da Associação dos Educadores do Município (ASSEMA), a prefeitura direcionou os alunos para outra escola, o que não teria sido aceito pelas mães dos alunos, que moram em região rural e remanescente de quilombolas.

Entretanto, a prefeitura garante que ofereceu transporte para que os alunos estudassem na escola núcleo, a Nelson Carneiro, que também preserva as características da Maria Emília Maracajá (de atender estudantes da Zona Rural e remanescentes de quilombolas), e que acionará o Ministério Público e o Conselho Tutelar contra as mães que estão privando seus filhos de receberem o ensino educacional apropriado. 

Leia:

A prefeitura Municipal de Areia, através da Secretaria de Educação, vem, mais uma vez a público, esclarecer as informações que circulam nas redes sociais a respeito da nucleação da Escola Municipal Maria Emília Maracajá. Diferentemente do que está sendo veiculado pelo blog “Paraíba Já” sobre a referida escola, a Prefeitura, respaldada na verdade e transparência dos fatos, esclarece alguns pontos citados na matéria, já que o responsável pela publicação sequer procurou a Secretaria de Educação para que pudesse trazer uma informação justa e equilibrada na medida que ouvisse os dois lados envolvidos, e assim trouxesse de forma esclarecedora a realidade dos fatos a seguir: 

1 – A Secretaria de Educação sabe das condições de infraestrutura da escola Maria Emília e afirma que nunca foram realizadas aulas num ambiente precário como os expostos no vídeo. A suposta sala de aula que passa no vídeo, feita com lonas e bambu, não faz parte da escola supramencionada. A prefeitura jamais disponibilizaria um ambiente como aquele para seus alunos, já que atenta contra a dignidade dos mesmos. A “sala” foi erguida por duas mães de alunos que se opõem à nucleação. 

2 – A escola Maria Emília Maracajá prestava o serviço de educação através do ensino multisseriado, ou seja, crianças, de diversas idades, dividiam a mesma sala de aula e professor com alunos de outras séries. Assim, seguindo a orientação da própria Associação dos Educadores do Município (ASSEMA), que hoje encabeçam o movimento contra a nucleação, a prefeitura concretizou a nucleação e viabilizará o ensino feito em turmas únicas, não multisseriadas. 

3 – O processo legal se chama nucleação, ou seja, estes alunos foram direcionados a outra escola maior que detém em sua estrutura: quadra de esporte, refeitório, biblioteca e que proporcionará o acesso aos alunos de biblioteca, material pedagógico, inclusão digital, assistência pedagógica e alunado dividido de acordo com a série e o nível de escolaridade, atendendo aos anseios de uma sociedade que preza e acredita que a educação é o caminho para o futuro. 

4 – É preciso esclarecer que, em momento algum, a Prefeitura está negando educação aos filhos de Areia. A secretaria garantiu transporte para que os alunos se desloquem para a escola núcleo, Nelson Carneiro. Isso mostra o comprometimento da gestão com a educação desses alunos e ressalta que o processo organizacional do sistema de educação preza pelo bom uso dos recursos públicos, o que é bem diferente de achar que investir em educação é gasto. 

5 – Ressalta-se também que a Prefeitura de Areia dialogou com a comunidade e com o Conselho Municipal de Educação, que o processo de nucleação desta escola foi construído de tal forma que os estudantes continuem no campo, saindo de uma escola para outra com as mesmas características, rural e com remanescentes quilombola. Todo este processo visa a uma educação de qualidade e ao comprometimento com o povo de Areia. 

6- O conselho tutelar e o Ministério Público serão acionados para as providências cabíveis quanto as mães que estão privando seus filhos de receberem ensino educacional.